'Made in Brazil': armas brasileiras são anunciadas por vendedores em área rebelde do Iêmen
Eelatório da ONU aponta que pelo menos 73 armas fabricadas no Brasil foram parar em regiões sob o controle rebeldeA reportagem da BBC News Brasil identificou anúncios publicados por vendedores de armas localizados em Sanaa, capital do Iêmen, vendendo pistolas e munição vendida pela Taurus.
O órgão disse que a autorização cumpriu os trâmites legais previstos e que "não tinha conhecimento" de que as armas teriam sido utilizadas para fins ilícitos e que o órgão não realiza o "acompanhamento, rastreio e controle do destinatário/uso final dos produtos".O Iêmen é um localizado na Península Arábica de 34 milhões de habitantes. Ele faz fronteira com Omã e com a Arábia Saudita.
A reportagem da BBC News Brasil identificou quatro perfis de vendedores de armas localizados em Sanaa, capital do Iêmen controlada por rebeldes houthis. Outro vendedor com perfil aberto no X anunciou um outro kit da Taurus semelhante no dia 7 de novembro de 2024. Nas postagens, os vendedores e possíveis compradores trocam informações sobre as características das armas brasileiras. Entre as supostas qualidades das armas estariam a sua versatilidade, tamanho e preço baixo.
Segundo o painel, os rebeldes houthis organizaram uma complexa rede para burlar as sanções internacionais. No caso do Brasil, o relatório identificou, por exemplo, que pelo menos 73 pistolas fabricadas pela Taurus estavam sendo vendidas pela internet por diversos vendedores em áreas controladas pelos houthis.
Outras 20 pistolas, segundo o relatório da ONU, faziam parte de um lote de armas exportadas pela Taurus do Brasil para o Djibouti em 2015. "É difícil pensar que a venda inicial dessas armas tenha passado por um processo de análise de risco, tanto da empresa quanto do governo brasileiro sobre onde essas armas poderiam parar", afirmou Mack à BBC News Brasil.
Ela explica que como o Brasil é signatário de tratados internacionais sobre o comércio de armas, o país é obrigado a realizar análises de risco sobre cada venda com o intuito de evitar que o material vendido possa ser usado em graves violações de direitos humanos como perseguições étnicas, entre outras.
Daniel Mack afirma que, historicamente, o governo brasileiro não teria uma postura rígida no controle das exportações de armas de fogo. Em relação à Taurus, Mack afirma que a empresa precisa melhorar o seu próprio compliance e se abster de vender armas para compradores ou países que tenham potencial de eventual desvio.
"Cabe a esse órgão e demais órgãos competentes fazer as investigações necessárias sobre eventual desvio ilegal de armas e conduta criminosa", disse a nota. Para Natália Pollachi, a revelação de que armas brasileiras estão sendo vendidas redes sociais não chega a surpreender. O conflito tomou proporções internacionais em março de 2015, quando a Arábia Saudita liderou uma coalizão de oito países árabes, com apoio de Estados Unidos, Reino Unido e França, para combater os houthis. O objetivo declarado era restaurar o governo de Mansour Hadi.
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