Em visita ao Louvre, presidente francês anuncia plano ambicioso para 'redesenhar, restaurar e ampliar' o museu, combatendo a superlotação e modernizando instalações.
Nesta terça-feira, 28, os dirigentes do Louvre - o mais famoso museu do mundo - aguardavam com ansiedade a visita do presidente francês, Emmanuel Macron, às suas galerias. A expectativa não se devia apenas à pompa de receber uma autoridade que fez questão de discursar no mesmo Louvre quando foi eleito pela primeira vez, em 2017. Havia um certo desespero por trás da expectativa: a instituição que é sinônimo do orgulho da França e símbolo maior da arte universal está, quem diria, pedindo socorro.
Se depender do anúncio de grandes novidades feito enfim por Macron, a glória do Louvre pode ser resgatada em um futuro próximo. Na visita, o presidente francês revelou planos para que a Mona Lisa ganhe uma nova sala mais espaçosa como parte do esforço para 'redesenhar, restaurar e ampliar' o Louvre, com expectativa de entrega das obras até 2031, no mais tardar. O plano, batizado de Novo Renascimento, deve consumir centenas de milhões de euros e tem o objetivo de tornar o Louvre o 'epicentro da história da arte na França e no mundo', disse Macron.O que aconteceu com o Louvre? A situação do museu é algo paradoxal. Ao mesmo tempo em que colhe recordes de visitação ano após ano, atraindo coisa de 8 milhões de visitantes anualmente, o Louvre padece com a falta de investimentos para dar conta desse fluxo insano de turistas do mundo inteiro. Nos anos 1980, o local foi modernizado, ganhando sua famosa pirâmide, com o objetivo de atender à demanda que só faz crescer. O espaço renovado tinha capacidade para receber coisa de 4 milhões de pessoas anualmente, metade do que recebe hoje. O resultado dessa defasagem é conhecido por todo turista brasileiro que já foi até lá para conferir a Mona Lisa, de Da Vinci, e outras obras-primas: filas imensas, muito caos e burburinho nos corredores e galerias -- tudo, menos a paz reflexiva necessária à boa fruição da arte. Mas enfrentar hordas de turistas é do jogo em qualquer atração turística ou grande museu nas metrópoles globais, claro. A questão é que atualmente esse quadro se agravou muito no Louvre. Após esperar por cerca de uma hora na fila, o visitante enfrenta galerias superlotadas -- a sensação de sufoco para vislumbrar de longe a Mona Lisa só piorou. E a falta de investimento na infraestrutura nos últimos anos trouxe novos dissabores inimagináveis. Há goteiras, vazamentos, salas com climatização que deixa a desejar.Como a França vai lidar com a crise no Louvre? A situação chegou a tal ponto que o honorável diretor do Louvre, Laurence des Cars, não se aguentou: em uma carta dura enviada neste mês ao Ministério da Cultura da França, ele alertou sobre todos esses problemas e afirmou que o Louvre, hoje, está tristemente abaixo dos padrões de excelência dos museus mundiais. Um vexame só ampliado pelo fato de que a marca Louvre se ocupou nos últimos anos com investimentos na abertura de dois entrepostos longe de Paris, na cidade de Lens, no Norte da França, e em Abu Dhabi, no Oriente Médio. Seu estado crítico contrasta, sobretudo, com a recente reabertura com pompa da Catedral de Notre Dame, reformada de forma exemplar após ser destruída por um incêndio. Durante esse esforço, o Louvre ficou esquecido, mas agora será sua vez de ganhar atenção das autoridades, garantiu Macron
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