O mercado automotivo aquecido tem impulsionado a popularidade dos leilões como alternativa para encontrar veículos usados a preços mais baixos. Contudo, é essencial estar atento aos riscos e seguir algumas recomendações para evitar compras frustradas.
Com o mercado automotivo aquecido, os leilões têm se tornado uma alternativa atrativa para quem busca preços mais baixos em veículos usados. De acordo com a Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores (Fenauto), em 2024, o mercado de usados alcançou um recorde de 15,7 milhões de unidades comercializadas, o melhor resultado desde 2011. A Copart Brasil relata um aumento de 18% nas compras de carros em pregões em 2024, comparado com o ano anterior.
Sérgio Gabriel Sousa, diretor de Tecnologia e Produtos da Infocar, explica que os veículos leiloados geralmente são provenientes de apreensões, recuperações por inadimplência, seguradoras, frotas de empresas e até mesmo renovações de estoque de concessionárias. Ele destaca que a economia é o principal atrativo, com descontos que podem chegar a 70% do valor de mercado. No entanto, alerta para o risco de adquirir um veículo com danos estruturais ou mecânicos, pois a compra é feita no estado em que o bem se encontra, sem garantias. Souza afirma que é comum encontrar veículos arrematados por valores até 30% abaixo da Tabela Fipe. Um exemplo é um hatch compacto avaliado em R$ 50 mil no mercado, que pode ser adquirido em leilão por R$ 35 mil, desde que esteja em boas condições. Apesar da possibilidade de encontrar boas oportunidades, é importante lembrar que a transparência diminui após a revenda, já que muitos carros são reparados e vendidos sem que os danos originais sejam facilmente perceptíveis. O histórico de leilão fica registrado no documento veicular, o que pode afetar seu preço de mercado. A legislação garante segurança jurídica na compra em leilões, de acordo com Adiel Avelar, presidente da Copart Brasil. Ele esclarece que a regulamentação classifica os sinistrados em três categorias: pequena monta, com danos superficiais que não comprometem a estrutura; média monta, que exigem reparos e aprovação do Inmetro para voltar a circular; e grande monta, considerados irrecuperáveis e destinados a desmanches certificados pelos Detrans. A transparencia do processo também é um ponto forte, permitindo que os interessados tenham acesso a informações detalhadas antes da compra. Jacqueline Luz, diretora comercial da Superbid Exchange, afirma que apesar do receio da depreciação, a compra de carros em leilões compensa. Os leilões do Detran.RJ são uma alternativa para quem busca veículos a preços mais baixos. Neles, são vendidos automóveis removidos para depósitos públicos por determinação do Código de Trânsito Brasileiro (CTB). Para irem à venda, os carros devem estar no pátio há mais de 60 dias e passar por uma vistoria de classificação. Segundo o Detran.RJ, antes do leilão, um edital é publicado com a lista de veículos e suas classificações: conservados, ou seja, aptos a circularem em vias públicas, podendo necessitar de consertos; sucatas aproveitáveis, destinadas ao reaproveitamento de peças; ou sucatas inservíveis, enviadas a reciclagem como fardos metálicos. O edital é divulgado com 15 dias de antecedência no site do órgão e em suas unidades. Os leilões podem ser presenciais, eletrônicos ou híbridos. Os interessados podem inspecionar os veículos no pátio, mas sem abrir portas ou ligar o motor. Atualmente, não há data estabelecida para o próximo leilão. Para participar de um leilão com segurança, é fundamental seguir algumas recomendações. Antes de participar, analise com atenção todos os detalhes fornecidos sobre o evento, garantindo que as informações sejam claras e completas. Leia todo o edital com antecedência e, se possível, esclareça quaisquer dúvidas antes de fazer o lance. No caso do Detran.RJ, o edital é sempre publicado com, no mínimo, 15 dias de antecedência. Faça uma visita ao local do leilão para verificar os lotes de interesse. Isso permite verificar as condições dos veículos, incluindo danos que podem não ser visíveis nas fotos e não estar listados nas descrições do lote, e para validar se o carro realmente corresponde ao que está sendo ofertado.Certifique-se de que o leiloeiro responsável é devidamente homologado pela Junta Comercial do estado onde o leilão acontece. Isso garante que o pregão siga as normas legais e que a transação seja segura. Busque leiloeiros ou empresas com boa reputação. Além de conhecer os requisitos técnicos do veículo, é fundamental ter noções sobre a precificação e os custos envolvidos em reparos. Faça uma análise prévia dos danos visíveis para estimar o valor de conserto e compare com o valor de mercado do veículo. Isso ajudará a evitar que o custo final de compra, incluindo os reparos, ultrapasse o valor de avaliação do automóvel
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