Pablo Marçal fez um chá revelação na convenção que oficializou a candidatura dele para anunciar a vice da chapa, e disse, sem provas, que dois dos seus adversários são 'cheiradores de cocaína'. O colunista Josias de Souza, do UOL, analisa o tema no UOL News desta segunda-feira (05).
Pablo Marçal mostrou durante a convenção que oficializou sua candidatura à prefeitura de São Paulo que a baixaria deve permear sua participação na disputa eleitoral, afirmou o colunistaMarçal percorreu a convenção como se estivesse em um ambiente virtual das redes sociais. Faz acusações que não consegue demonstrar e promessas que caem no vazio. Ele desqualifica seus adversários até de forma irresponsável.
O mais grave não é a forma como Marçal se apresenta, mas o fato de que esta desqualificação tem audiência na principal cidade do país. Ele tem uma quantidade de votos a esta altura que não é negligenciável. Seria melhor para ele e para a cidade de São Paulo que o nível da campanha fosse minimamente elevado.
Mesmo quem não entende de política consegue enxergar a politicagem. Nas pegadas de uma pré-campanha na qual desqualificou muito a figura feminina, inclusive com ataques misóginos a Tabata Amaral, ele vem com esse chá de revelação. Tudo, como ele próprio disse, muito brega. Ela foi escolhida não pelo fato de ser mulher, mas porque Marçal precisa do voto das mulheres, dos negros e dos nordestinos. Essa candidata ainda traz o voto religioso porque se declara cristã. É de um oportunismo... Durante a convenção, não foi apresentado nenhum cardápio de qualidades que possam qualificá-la como uma boa vice.
Simplesmente ficou nesse folclore que mostra um desejo do Marçal em atrair um eleitorado que não está necessariamente identificado com ele, que é aquele ambicionado desde sempre pelo bolsonarismo em São Paulo: religioso e mais conservador. É uma politicagem barata, e toda a convenção mostrou uma desqualificação bastante acentuada do candidato.
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