Josias de Souza: Lula e Bolsonaro levam o 1º de Maio para 2026
com esmero. Queria tornar a data politicamente produtiva para o governo. Entretanto, Bolsonaro invadiu o 1º de Maio do seu rival. Fez isso cavalgando o medo que o MST instila no curral do agronegócio. Apenas cinco meses depois da alternância no Poder, Lula e Bolsonaro travaram à distância um embate com aroma de 2026.
A alturas tantas, Lula repetiu um raciocínio que usava na campanha quando queria encarnar o papel de Kubitschek de si mesmo. Prometeu oito anos em quatro:"Nesses próximos quatro anos, nós vamos fazer muito mais do que eu fiz nos primeiros oito anos". As cercas rompidas no"Abril Vermelho" do MST estão por trás do"desconvite" da Agrishow ao ministro da Agricultura Carlos Favaro. Para ter Bolsonaro e sua urticária a Stédile na abertura do agroevento, os organizadores sugeriram ao auxiliar de Lula que comparecesse no segundo dia. Em resposta, o Planalto mandou que o Banco do Brasil suspendesse o patrocínio do evento. A abertura foi cancelada. Manteve-se, porém, a visita de Bolsonaro.
Lula não sabe como chegará a 2018. Se tiver popularidade, será candidato a um quarto mandato. Esborrachando-se na Justiça Eleitoral, Bolsonaro tentará recuperar os direitos políticos no Supremo Tribunal Federal. Se não conseguir, apoiará alguém como Tarcísio, cuja candidatura presidencial depende do desempenho em São Paulo.
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