Já passou da hora de nossos governantes deixarem de tomar o número de mortos como critério de sucesso para uma operação policial.
Estava em um leito de hospital, na segunda-feira, quando a GloboNews começou a transmitir o pronunciamento de Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo, sobre as operações policiais do fim de semana na Baixada Santista. Tive uma incômoda sensação de déjà vu, que de início atribuí à baixa hemoglobina.
1. Em julho de 2007, uma operação policial na favela carioca do Complexo do Alemão deixou 19 mortos. Lula, em seu segundo mandato como presidente, aprovou a operação, dizendo que a polícia não pode “enfrentar a bandidagem com pétalas de rosa ou jogando pó de arroz”. 2. Em setembro de 2012, em Várzea Paulista, a Rota interrompeu um “tribunal” do PCC que julgava um homem acusado de estupro. Nove pessoas foram mortas — inclusive o homem sob julgamento, que não tinha antecedentes criminais. “Quem não reagiu está vivo”, disse o então governador de São Paulo, Geraldo Alckmin.
3. Em maio de 2022, uma ação policial na Vila Cruzeiro, no Rio de Janeiro, deixou 25 mortos, entre eles Gabrielle Ferreira da Cunha, 41 anos, atingida por uma bala perdida em sua casa. No Twitter, o então presidente Jair Bolsonaro parabenizou os “guerreiros” da polícia que “neutralizaram” marginais. Lamentou a morte de uma “vítima inocente”, sem citar seu nome.
4. Em Guarujá, na sexta-feira passada, Patrick Bastos Reis, soldado da Rota, foi assassinado ao deixar uma favela. Em retaliação, a Polícia Militar detonou a Operação Escudo, que no momento em que escrevo já deixou 14 mortos. Tarcísio de Freitas declarou que não houve “excesso” nas ações e elogiou o “profissionalismo” dos agentes da lei.
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