Javier Milei: como geração Z se tornou o motor nas eleições na Argentina
Na histórica crise argentina de 2001, o país teve cinco presidentes em onze dias. A convulsão política, econômica e social, que incluiu corridas bancárias, confisco de depósitos, saques a comércios e manifestações gigantescas ainda está na memória de muitos argentinos.
Em uma carreata recente realizada pelo presidenciável "libertário" , na localidade de Bahia Blanca, na província de Buenos Aires, jovens com idades de entre cerca de 18 e 21 anos gritavam "Milei presidente". E quando perguntados por um repórter local como o tinham conhecido, disseram que foi através do TikTok.
Após aquela crise de 2001, que se arrastou também por 2002, a Argentina passou a ser governada pelo kirchnerismo até a chegada do macrismo, e voltou a eleger o kirchnerismo há quatro anos. Ainda de acordo com dados oficiais, a pobreza atinge 46,8% dos eleitores com idades entre 15 e 29 anos . Na mesma linha, a estudante de economia Delfina Ezeiza, de 20 anos, disse à reportagem que, na sua visão, Milei “vem romper” com um sistema implementado pelos últimos governos e que não tem dado resultados para a população.
O eleitorado jovem é decisivo. De acordo com dados oficiais, os eleitores com idades entre 18 e 29 anos representam quase 25% do eleitorado nacional. A mais recente pesquisa da Atlas apontou que haveria segundo turno da eleição e que Massa seria mais votado que Milei, – 30,9% dizem que irão votar no domingo no ministro da Economia e 26,5% afirmam que escolherão Milei. Para ser eleito, o candidato precisa receber 45% dos votos válidos ou 40% e diferença de 10% para o segundo colocado.
Galiana diz que concorda com suas ideias, como a de reduzir o tamanho do Estado e eliminar impostos. "A Argentina tem um carga tributária muito alta", disse.Sebastián Galiana, diz que apoia Milei porque entende que o presidenciável poderia reverter o que chamou de 'período de decadência argentina' Ele diz que seu voto em Milei está vinculado às questões econômicas e de segurança. E entende que os outros dois principais candidatos na disputa presidencial, a ex-ministra de Segurança Pública do governo do Macri, Patricia Bullrich, da coalizão Juntos pela Mudança, e o candidato do governo e ministro da Economia, Sergio Massa, da frente União pela Pátria, representam "a mesmice" e a "decadência".
Para ela, o voto em Milei "atravessa" todas as gerações e setores econômicos e sociais. Mas este voto é mais evidente, diz a analista, entre os mais jovens. "Este fenômeno do voto em Milei começou entre jovens das classes média e alta. Mas com suas participações em programas de televisão, ele passou a ser visto como um personagem que representa a ruptura . E à medida que as pessoas foram ficando cada vez mais cansadas, desesperadas, ele foi ganhando apoio das outras camadas sociais", disse a analista.
Analistas de diferentes tendências concordam que Milei canalizou, nas primárias, o que na Argentina chamam de “voto bronca” com a classe política e o cotidiano complicado pelos males econômicos, além de escândalos de corrupção que permearam recentemente políticos do país. Nesta semana, o candidato declarou que o peso é "um excremento" e sugeriu que os argentinos não renovassem suas aplicações na moeda nacional.
Seu amigo Luka Martinini Jamniuk, de 21 anos, estudante de ciências políticas da Universidade Nacional San Martín , acha que votar em Milei “seria um mergulho no escuro”.
Brasil Últimas Notícias, Brasil Manchetes
Similar News:Você também pode ler notícias semelhantes a esta que coletamos de outras fontes de notícias.
Bolsonaro envia vídeo de apoio a Javier Milei nas eleições da Argentina; assistaMensagem foi publicada nas redes sociais do argentino; primeiro turno ocorrerá no próximo domingo (22)
Consulte Mais informação »
Patricia Bullrich retoma el control de su campaña electoral tras semanas a la deriva en ArgentinaLa candidata de la derecha tradicional acusa al ultra Javier Milei de vender “espejitos de colores”
Consulte Mais informação »
Inflação, pobreza, dívida e poucos dólares: os desafios do próximo presidente da ArgentinaFavorito nas pesquisas, o ultraliberal Javier Milei, propõe diretamente dolarizar a economia
Consulte Mais informação »
Argentinos frustrados depositam esperanças no populista Javier Milei na corrida presidencialCenário eleitoral do país é influenciado pela crise econômica e o empobrecimento da população, com pouco mais de 40% dos habitantes em condições vulneráveis
Consulte Mais informação »
Crusoé: Papa Francisco chama Javier Milei de “flautista de Hamelin”O mais influente site jornalístico de política do Brasil
Consulte Mais informação »
Plano de Milei para dolarizar Argentina é inviável, dizem economistasNo país que pensa e poupa em dólar, a promessa de dolarizar a economia conquista eleitores que sonham em resolver os problemas econômicos por mágica
Consulte Mais informação »