Inflação: Preços em alta espreitam o bolso dos brasileiros

Economia Notícia

Inflação: Preços em alta espreitam o bolso dos brasileiros
INFLACAOPREÇOSALIMENTOS
  • 📰 g1
  • ⏱ Reading Time:
  • 206 sec. here
  • 10 min. at publisher
  • 📊 Quality Score:
  • News: 103%
  • Publisher: 86%

A inflação oficial do Brasil fechou 2024 em 4,83%, impulsionada principalmente pela alta dos preços de alimentos. Apesar da média nacional, muitos consumidores sentem a pressão do aumento de preços, especialmente em itens essenciais como carne, café e leite.

A inflação oficial do país fechou 2024 em 4,83%, puxada por alimentação, educação e saúde. Basta uma ida ao supermercado para os consumidores brasileiros percam a paciência. A sensação é de que os preços estão descolados da realidade medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo). O resultado final do indicador em 2024 mostra que os preços subiram 4,83% no ano, mas o número é uma média e tem muitas nuances.

O desânimo no supermercado se explica porque o grupo que puxou o indicador foi Alimentação e bebidas (7,69%). Itens como carne, café e leite subiram muito a mais que essa média, o que ajuda a piorar a percepção dos consumidores. E especialistas ouvidos pelo g1 confirmam o movimento: a alta dos alimentos tem sido o principal motivo do mau humor de quem vai às compras. Considerado o índice oficial de inflação do Brasil, o IPCA monitora os preços de uma grande cesta de serviços e produtos comercializados no varejo. São 377 subitens medidos, mês a mês. Além disso, o indicador tem uma cobertura ampla: abrange 90% das famílias que vivem em áreas urbanas do país com renda entre 1 e 40 salários mínimos. Essa discrepância ajuda a explicar os reflexos dos preços de determinados produtos no bolso de cada família. Para quem ganha até um salário mínimo, por exemplo, a forte alta dos alimentos gera um impacto muito maior no bolso do que para quem ganha até 40 salários. O economista André Braz, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), lembra que o Brasil é um país essencialmente constituído por famílias de classe média-baixa. A maioria delas, então, tem uma cesta de consumo muito restrita. 'Ganham pouco e concentram a maior parte da despesa em alimentos, os vilões da inflação de 2024', diz. O economista acrescenta que, mesmo com um IPCA a 4,83%, a alta de alimentos foi de quase 3 pontos percentuais a mais. 'Então, uma família que tem a renda baixa e concentra o gasto em comida percebe uma inflação de quase 8%, e não de quase 5%', pontua Braz. Ele explica que essa diferença pode ajudar a justificar a sensação de que os preços estão mais altos do que o IPCA indica. 'O IPCA é uma cesta muito diversificada. Tem de tudo ali. O índice prevê famílias consomem passagem aérea, carro zero, gasolina, o que não é a realidade de uma família de baixa renda. Isso às vezes confunde', diz. O economista Felippe Serigati, pesquisador do FGV Agro, lembra que também há diferenças regionais, que implicam em percepções diferentes sobre os preços a depender da cidade ou do estado. 'Por isso, é natural que alguém fale: 'Poxa, a minha sensação é a de que os preços estão subindo mais do que os 4,83%' ', destaca o especialista. Serigati reforça ainda que o peso dos alimentos na percepção de inflação é maior pelo fato de serem itens básicos e perecíveis. São diferentes dos televisores, por exemplo, que são monitorados pelo índice, mas de consumo muito mais pontual. Há ainda outra complicação no entendimento quando o assunto é inflação: os conceitos de deflação e desaceleração (que é apenas uma inflação menor). A deflação ocorre quando os preços, de fato, caem no supermercado, puxando o IPCA para o campo negativo. Enquanto isso, a desaceleração (ou inflação mais baixa) não significa necessariamente o recuo dos preços: ela indica que eles subiram menos. 'Inflação menor não é preço em queda. É preço subindo menos. Só que incomoda do mesmo jeito', diz Serigati, do FGV Agro. 'As pessoas podem dizer: 'O café está caro! E a projeção é de inflação menor do item no próximo ano'. Então, ele vai voltar a ficar acessível? Não. Ou seja, ele vai até ficar mais caro, mas o aumento vai ser menor', exemplifica o especialista. Em outras palavras: inflação é a elevação do nível médio de preços da economia. Ou seja, uma inflação menor não significa que os preços caíram. Entre as altas de preços mais importantes para os brasileiros está a carne, destaca Serigati, que subiu 20,8% em 2024 — o maior avanço em 5 anos. 'Esse efeito não é transitório. Nós vamos passar 2025 com o churrasco mais caro', diz. A expectativa do consumidor (maior do que a do mercado) Com base em sua Sondagem do Consumidor, o FGV Ibre publica mensalmente um indicador que mede a perspectiva dos brasileiros em relação à inflação do país. Eles respondem, basicamente, qual taxa acumulada imaginam para daqui a 12 meses. E a sondagem confirma o pessimismo: é muito comum que os entrevistados esperem por uma inflação mais alta do que a registrada de fato pelo índice oficial de preços, o IPC

Resumimos esta notícia para que você possa lê-la rapidamente. Se você se interessou pela notícia, pode ler o texto completo aqui. Consulte Mais informação:

g1 /  🏆 7. in BR

INFLACAO PREÇOS ALIMENTOS CONSUMIDOR BRASIL

Brasil Últimas Notícias, Brasil Manchetes

Similar News:Você também pode ler notícias semelhantes a esta que coletamos de outras fontes de notícias.

Preços de alimentos e bebidas foram responsáveis por um terço da inflação em 2024Preços de alimentos e bebidas foram responsáveis por um terço da inflação em 2024IPCA avançou 4,83% de janeiro a dezembro, e o impacto dos preços do grupo de alimentos para o índice foi de 1,63 ponto percentual
Consulte Mais informação »

Dólar Alto Impacta Preços: Inflação em 2024 e 2025Dólar Alto Impacta Preços: Inflação em 2024 e 2025A alta do dólar impacta os preços de alimentos, serviços e produtos industriais, com previsão de inflação em torno de 5,5% em 2025. A expectativa de safras maiores pode ajudar a conter o aumento nos preços dos alimentos, mas a inflação continua sendo um desafio para o governo.
Consulte Mais informação »

Brasil encerrou 2024 com inflação de 4,83%, acima do teto oficialBrasil encerrou 2024 com inflação de 4,83%, acima do teto oficialA inflação subiu em dezembro no Brasil e encerrou 2024 em 4,83% para o período de 12 meses, acima do teto, segundo dados oficiais divulgados nesta sexta-feira (10).
Consulte Mais informação »

Inflação de 2024 no Brasil supera meta por fatores domésticos e climáticosInflação de 2024 no Brasil supera meta por fatores domésticos e climáticosO presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirma que a inflação de 2024, que fechou em 4,83%, superou a meta de 4,50% devido ao forte crescimento econômico, alta do dólar e fatores climáticos. Galípolo atribui a depreciação cambial a uma piora na percepção sobre o cenário fiscal do país, e aponta que os efeitos do repasse cambial ainda se materializarão em 2025. O crescimento econômico, com destaque para o consumo e investimentos, também contribuiu para a alta da inflação.
Consulte Mais informação »

Inflação no Brasil ultrapassa meta em 2024Inflação no Brasil ultrapassa meta em 2024A inflação no Brasil atingiu 4,83% em 2024, superando a meta de 4,5% estabelecida pelo Banco Central. O relatório do BC aponta o dólar, alimentos e clima como principais fatores para essa situação.
Consulte Mais informação »

Retrospectiva 2024: 10 álbuns que resumem a música nacional em 2024Retrospectiva 2024: 10 álbuns que resumem a música nacional em 2024Ano foi marcado pelo lançamento de grandes álbuns nas mais diferentes vertentes: rap, samba, MPB, funk e trap, com direito a muitas misturas de gênero
Consulte Mais informação »



Render Time: 2025-02-14 01:12:38