Em carta ao ministro da Fazenda, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, justifica a permanência da inflação acima da meta até o terceiro trimestre de 2025. O texto cita fatores como crescimento econômico, depreciação cambial e inércia da inflação do ano anterior.
Em uma carta aberta ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o presidente do Banco Central , Gabriel Galípolo, afirmou que a inflação permanecerá acima da meta estabelecida pelo governo até o terceiro trimestre de 2025. O argumento está no documento enviado nesta sexta-feira (10), em cumprimento à determinação de que o presidente da autoridade monetária deve justificar o motivo da inflação não ter se mantido dentro da meta.
Galípolo afirma que, de acordo com as projeções do Relatório de Inflação de dezembro, a inflação ficará acima do limite do intervalo de tolerância até o terceiro trimestre de 2025, entrando depois em trajetória de declínio, mas ainda permanecendo acima da meta. Em 2024, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) superou a meta devido ao crescimento da economia, depreciação cambial e fatores climáticos. Galípolo destaca que, apesar dos fatores mencionados, houve uma queda no preço internacional do petróleo no segundo semestre de 2024. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) divulgou nesta sexta-feira (10) o IPCA de dezembro, que com a aceleração de 0,51% fechou 2024 em 4,83%, superando o teto máximo permitido para a inflação. O governo estabeleceu, em junho de 2024, o decreto de meta contínua, com o objetivo de 3% de inflação anual, com tolerância de 1,5% para mais ou para menos. Para o primeiro trimestre de 2026, a previsão é de 4,2%, 'ainda abaixo do limite superior', e para o segundo trimestre de 2026, o valor é de 4%. Já para o ano de 2026, a previsão é de que a inflação atinja 3,6%. O texto também aponta que as expectativas de inflação, conforme a pesquisa Focus, apresentaram 'um aumento significativo nos últimos meses'
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