Um incêndio na fábrica da Maximus Confecções, localizada em Ramos, Zona Norte do Rio de Janeiro, deixou 21 pessoas feridas nesta quarta-feira (12). A fábrica, que produzia fantasias para escolas de samba da Série Ouro, estava irregular junto ao Corpo de Bombeiros e não possuía certificado de aprovação. O incidente reacendeu o debate sobre as precárias condições de trabalho no Carnaval.
O incêndio na fábrica da Maximus Confecções, que deixou 21 pessoas feridas nesta quarta-feira (12), em Ramos, na Zona Norte, trouxe de volta o debate sobre as condições precárias dos trabalhadores do Carnaval . A edificação, que estava irregular junto ao Corpo de Bombeiros, era local de produção de fantasias de escolas da Série Ouro. O incidente começou por volta das 7h30 e chamou atenção pela intensidade da fumaça. As vítimas usaram janelas para pedir resgate e conseguir escapar das chamas.
Alguns funcionários dormiam quando o fogo se propagou. Servidores relataram que passaram dias trabalhando no local para finalizar os serviços a tempo dos desfiles. De acordo com o Corpo de Bombeiros, o prédio não tinha certificado de aprovação e, por consequência, não havia condições de segurança necessárias para funcionamento. Além disso, a empresa consta como inapta, desde 2023, na Receita Federal por omissão de declarações. A fábrica produzia fantasias do Império Serrano, da Unidos da Ponte e da Unidos de Bangu para o desfile do Carnaval deste ano da Série Ouro, realizado na Marquês de Sapucaí. Além destas, a Porto da Pedra também tinha roupas de duas alas sendo feitas no local. Flávio França, presidente da Verde e Branca de Madureira, reconheceu que a agremiação ainda não tem um espaço adequado para as produções necessárias e destacou que o departamento jurídico da escola avaliará a situação envolvendo a precariedade do espaço alugado, considerando que não tinha autorização do Corpo de Bombeiros para funcionamento. 'Estamos avaliando por meio do nosso departamento jurídico para poder entender qual a situação. Nós alugamos o espaço de uma empresa que faz o serviço e contratamos profissionais para desenvolver essas fantasias. Nesse primeiro momento estamos preocupados com a saúde de todos e tentando entender como está esse atendimento. Pretendemos com certeza resolver da melhor maneira possível. É muito difícil, mas estamos avaliando e entendendo que não há uma estrutura qualificada ainda que nos atenda. Que os órgãos olhem com carinho pra gente, fomente, nos apoie, nos ajude para que isso não ocorra mais ninguém', disse. Hugo Júnior, presidente da Liga RJ, responsável pela organização da Série Ouro, explicou que as próprias escolas escolhem os locais desejados para os trabalhos e concordou que, em algumas situações, há uma precariedade no serviço. 'Infelizmente, tivemos a penalidade com a estrutura. Temos conhecimento que são situações às vezes mais precárias. Vamos apurar ainda de onde partiu tudo para ter total conhecimento. O local foi alugado pelas agremiações para que pudessem confeccionar suas fantasias. Estamos em contato com os presidentes para dar apoio e as vítimas também estão sendo amparadas. Temos um futuro promissor para a Série Ouro, como na decisão para a Fábrica do Samba sair', comentou. André Rodrigues, carnavalesco da Portela, usou as suas redes sociais para lamentar o incidente e debater a precariedade das condições de trabalho de quem vive o Carnaval. 'Há um tempo bato na tecla de condição de trabalho e segurança para os trabalhadores do Carnaval. É triste demais quando tudo se escancara de maneira trágica como essa. Todo dia há um tragédia decorrente de inúmeros descuidos e pequenas violências com direitos e deveres. Eu leio bastante coisa como: 'começou o choro', 'chorando miséria'. Há muitas maneiras de se procurar o mínimo para que uma família seja atendida a partir do seu trabalho', escreveu. O carnavalesco Artur Paschoa, da Mocidade Unida do Santa Marta, escola da Série Prata, se solidarizou com as agremiações afetadas e pediu mais cuidado com as divisões inferiores. 'Acima de tudo, é preciso rever urgentemente as condições de trabalho no Carnaval. Passam os anos e essas tragédias seguem acontecendo', afirmou.Feridos Bombeiros resgataram 21 pessoas da edificação, prestaram os primeiros socorros e as encaminharam a unidades municipais, ao Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha, e ao Hospital Federal Bonsucesso, ambos na Zona Norte. No Getúlio Vargas, 10 vítimas, sendo oito em estado grave (três homens e cinco mulheres) e duas estáveis (duas mulheres). De acordo com a secretária de Estado de Saúde Cláudia Mello, todas tiveram queimaduras internas pois inalaram fumaça. Algumas pessoas também sofreram queimaduras externas. A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) confirmou oito feridos na rede municipal: quatro no Hospital Souza Aguiar, no Centro, sendo duas em estado grave; duas na Coordenação de Emergência Regional (CER) da Ilha do Governador, na Zona Norte; e duas no Hospital Salgado Filho, no Méier, também na Zona Norte. O Hospital Federal de Bonsucesso recebeu três pacientes, sendo duas mulheres e um homem. Todos estão estáveis, sendo atendidos por inalação de fumaça. Estão recebendo oxigênio e sendo submetidos a exames laboratoriais e de imagem
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