Telegramas da Embaixada do Brasil em Dublin obtidos pela BBC News Brasil relatam ‘condições de trabalho insalubres’ para brasileiros em frigoríficos irlandeses.
Telegramas da Embaixada do Brasil em Dublin obtidos pela BBC News Brasil relatam 'condições de trabalho insalubres' para brasileiros em frigoríficos irlandeses Esse movimento é acompanhado de uma preocupação crescente com abusos trabalhistas — um problema relatado não só por organizações que estudam o setor, mas evidente em comunicações internas...
Já a Comissão de Relações de Trabalho , órgão que fiscaliza questões trabalhistas em empresas na Irlanda, diz que não comenta críticas feitas por terceirosAo longo de três meses, a reportagem conversou com mais de dez trabalhadores brasileiros em diferentes cidades da Irlanda e identificou exemplos concretos dos problemas relatados nos documentos oficiais.
E emenda: "Mas ninguém em sã consciência vem para passar muito tempo", apesar de acrescentar que considera que as experiências dos imigrantes são variadas. Os profissionais brasileiros contratados por empresas na Irlanda já possuem experiência prévia como desossadores, cortadores, operadores de linha, limpadores, dentre outras funções.
Ele chegou em um grupo com 20 pessoas e que elas tinham de aprender pelo menos três funções diferentes. "Se a pessoa nunca trabalhou no abate, por exemplo, é difícil de aprender. E então o supervisor dizia: ou você aprende, ou te mando de volta para o Brasil." Outro problema, relata, era a falta de segurança. "Tinha muitos acidentes. Era comum ver gente que sofreu corte de faca, que passava mal. E não tinha gente suficiente para os primeiros socorros. Minha virilha inchou uma vez porque estava trabalhando no couro. Arrastava um couro sozinho que pesa 50 kg, o dia inteiro."
"A pesquisa certamente terá sido motivada por uma série de incidentes envolvendo direitos trabalhistas na indústria da carne irlandesa nos últimos anos", disse a embaixada brasileira à reportagem, em nota. "A Embaixada vem atuando há muitos anos nesse tema, algumas vezes acompanhando negociações entre trabalhadores brasileiros e as empresas, em outras exigindo das autoridades irlandesas medidas contra casos abusivos.
Para ele, esses trabalhadores estão "frequentemente sujeitos a contratos de prestação de serviços abusivos, em condições de trabalho insalubres, com horários extensos e salários deprimidos, em desacordo com os termos de emprego que lhes foram oferecidos quando recrutados no Brasil." O órgão disse ainda que seleciona as empresas a serem fiscalizadas com base em reclamações de funcionários, empregadores e cidadãos, bem como informações vindas de outras agências de fiscalização. E disse que não comentaria as críticas específicas.Entre as reclamações de um brasileiro que se mudou em 2022 para a Irlanda para trabalhar em uma empresa tradicional do setor, está a falta de fiscalização.
Também há agências que prometem passagem, moradia e salários cinco vezes maiores do que é pago por um mesmo cargo no Brasil. Mas, nos últimos anos, conta ela, há também relatos dos que querem uma melhor qualidade de vida e nem pensam em voltar ao Brasil. Outra reclamação constante é sobre o salário maior para europeus. "Mas tem vários brasileiros que conquistaram espaço de encarregado de setor. Aprenderam inglês e foram ganhando a confiança", diz ela.Cônjuges e parceiros de titulares de visto de trabalho passaram a ter permissão de trabalhar, sem necessidade de uma autorização à parte.
Disse também que os frigoríficos estão sujeitos a inspeções e auditorias regulares, realizadas por agências governamentais em relação às condições de trabalho, protocolos de saúde e segurança e remuneração. Mestre em Antropologia Social e doutor em Ciências Sociais pela Unicamp, Igor Machado, que fez trabalho de pesquisa com brasileiros na Irlanda, relata que o trabalho em frigoríficos irlandeses representa uma "ascensão social" para muitos brasileiros que trabalharam no mesmo setor no Brasil.
Ele então empregou sua esposa para recrutar trabalhadores brasileiros. Segundo o artigo, a maioria veio da Vila Fabril, nos arredores de Anápolis, onde um frigorífico tinha fechado e deixado 900 pessoas sem trabalho e com qualificações para trabalhar nas mais diversas áreas. Passou por duas cirurgias e tentou voltar a trabalhar, mas um médico o alertou que ele poderia perder o movimento do braço se continuasse no mesmo ritmo.
"Aprendi as leis trabalhistas e viajei com eles. Quando queriam apoio com os brasileiros, recorriam a mim."
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