O presidente argentino Javier Milei classificou o grupo indígena Resistência Ancestral Mapuce (RAM) como organização terrorista, citando incêndios na Patagônia.
O governo do presidente argentino Javier Milei classificou, nesta sexta-feira, 14 de julho, o grupo indígena Resistência Ancestral Mapuce (RAM) como uma organização terrorista . A decisão do Ministério da Segurança Nacional , liderado por Patricia Bullrich, foi publicada no Diário Oficial e alega que, segundo um relatório técnico jurídico que justifica a resolução, o RAM, ligado à Coordenadora Arauco Malleco (CAM), representa uma ameaça séria e multifacetada à segurança nacional .
O texto afirma que, desde 2010 até os dias atuais, quando incêndios intencionais reivindicados por líderes do RAM devastaram antigas florestas da Patagônia, centenas de incidentes terroristas ocorreram. O povo mapuche, originário da região da Patagônia, se espalha por território argentino e chileno, com mais de 1,8 milhão de pessoas, sendo a maioria habitantes do lado chileno da fronteira. O governo argentino destaca que em vários casos ficou comprovado que os incêndios foram iniciados intencionalmente e há muitas denúncias nesse sentido. Recentemente, o incêndio criminoso, como ferramenta de pressão, foi reivindicado publicamente pelo líder do RAM, Facundo Jones Huala. O governo apresentou acusações criminais contra os Mapuche pelos crimes de intimidação pública, incitação à violência coletiva, apologia ao crime e associação criminosa. Huala, autoproclamado líder mapuche, é uma figura controversa. Após ser extraditado ao Chile, onde foi condenado à prisão por ataque a uma fazenda e porte ilegal de arma, ele foi expulso do país no ano passado e retornou à Argentina.Há semanas, o governo já havia responsabilizado o RAM pelas chamas, assim como políticos locais, que afirmam haver provas de que os incêndios foram intencionais. As chamas têm devastado a província de Corrientes e a região da Patagônia argentina, atingindo Neuquén, Chubut e Río Negro, onde uma morte foi registrada. O rastro de destruição já deixou se aproximar de 40.000 hectares, segundo levantamento de organizações ambientais - uma área equivalente ao dobro da capital Buenos Aires, que tem 20.000 hectares
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