Filha de Rubens Paiva e Vítimas da Ditadura Reforçam Pedido por Tombamento do Prédio do DOI-Codi

Notícias Notícia

Filha de Rubens Paiva e Vítimas da Ditadura Reforçam Pedido por Tombamento do Prédio do DOI-Codi
Ditadura MilitarDOI-CodiRubens Paiva
  • 📰 JornalOGlobo
  • ⏱ Reading Time:
  • 227 sec. here
  • 12 min. at publisher
  • 📊 Quality Score:
  • News: 118%
  • Publisher: 94%

Familiares de vítimas da ditadura militar e ex-presos políticos realizaram um ato em frente ao antigo quartel do DOI-Codi na Tijuca, exigindo o tombamento do prédio e a criação de um museu em memória à época. Durante o ato, Vera Paiva, filha de Rubens Paiva, leu uma carta pedindo por memória, verdade e reparação, enquanto outras vítimas compartilharam relatos de tortura e violência.

Filha de Rubens Paiva e outros parentes e vítimas da ditadura reforçam pedido por tombamento de prédio do DOI-Codi em ato — Foto: Isabella CardosoFamiliares de vítimas da ditadura e ex-presos políticos pedem tombamento do prédio do DOI-Codi, em ato na Tijuca. Relatos de tortura e violência ressaltam a necessidade de memória e justiça . Reivindicações incluem museu da memória e desculpas oficiais do Estado.

O Irineu é a iniciativa do GLOBO para oferecer aplicações de inteligência artificial aos leitores. Toda a produção de conteúdo com o uso do Irineu é supervisionada por jornalistas.No ato realizado neste sábado, na Tijuca, em frente ao antigo quartel do DOI-Codi, local em que Rubens Paiva do filme 'Ainda estou aqui' e outras pessoas foram torturadas durante a ditadura militar, a história de sobreviventes e seus parentes deu um tom ainda mais contundente à manifestação. Eles pediam pelo tombamento federal do local e a criação de um museu em memória ao período.Vera Paiva, filha mais velha de Rubens Paiva, mandou uma carta, lida em voz alta, em nome de sua família durante o ato, em frente ao local onde o DOI-Codi operou como palco de torturas e execuções durante a ditadura militar. — Em nome da nossa família, filhos e netos de Eunice e Rubens Paiva, que, como minha irmã Eliana Paiva, estiveram presos neste lugar, marcamos hoje a nossa memória coletiva. Memória, verdade e reparação são a demanda a pautar a partir deste encontro em frente ao que era um portal para o inferno — disse ela em carta.Ela também lembrou da conquista recente na retificação de atestados de óbito para reconhecer as mortes por assassinato, como ocorreu no caso de Rubens Paiva, um marco retratado no filme 'Ainda estou aqui', indicado ao Globo de Ouro. — Marcos de memória fortalecem o exemplo de milhares de Eunices que, nesse país, em movimentos sociais de resistência à violência de Estado, transformaram o seu luto em verbo: luta — afirmou Vera, completando — além de recuperar a memória dos que perdemos, demandemos nas Forças Armadas e do Estado um pedido oficial de desculpas à nação brasileira e que seja levada a cabo uma reforma militar que acabe com a velha doutrina. após sucesso de 'Ainda estou aqui', protesto exige tombamento de quartel onde Rubens Paiva desapareceu A cineasta Lucia Murat, ex-presa política e diretora do filme 'Que bom te ver viva', revisitou as dolorosas lembranças dos dias em que foi torturada no DOI-Codi durante o ato realizado neste sábado (11), na Tijuca. — Estava dormindo quando fui levada. Sabia que seria torturada. Fui levada para a sala de tortura, colocada no pau de arara e encharcada com água para que os choques fossem mais fortes. Perdi a noção do tempo, mas sabia que precisava resistir por pelo menos 12 horas para proteger meus companheiros. Os relatos de Lucia são marcados pela lembrança de muita violência. Ela mencionou práticas como choques na língua, espancamentos e até o uso de baratas como instrumentos de tortura: — Colocaram uma barata na minha vagina. A cada tortura, sabíamos que nossas vidas eram descartáveis. Para eles, seríamos apenas mais uma morte em meio a tantas. No DOI-Codi, pelo menos 49 pessoas foram assassinadas — enfatizou.— A justiça precisa ser feita. Essas barbáries precisam ser reconhecidas. Um povo sem memória é um povo sem futuro. Nós temos futuro, por isso estamos aqui, lutando para que a memória e a história não sejam apagadas. Entre os discursos, Álvaro Caldas, autor do livro 'Tirando o capuz', também relatou o que viveu no período da ditadura militar. — Eu sou sobrevivente desse regime. Estive preso aqui em janeiro de 1970, na mesma época que Mário Alves. Um ano depois, Rubens Paiva entraria por essa mesma porta. Ambos foram barbaramente torturados e assassinados. Este prédio foi uma verdadeira oficina de tortura — declarou Álvaro, emocionado, enquanto o público o aplaudia.— Fui torturado quatro vezes. Na primeira, eu era militante. Na segunda, estava apenas tentando reconstruir minha dignidade como jornalista. Fui sequestrado por um agente do governo e não sabia sequer do que estava sendo acusado. Só descobri, 36 anos depois, que havia sido confundido com outra pessoa por um militar. Além de Álvaro, outros nomes de vítimas da ditadura foram lembrados, como Stuart Angel, jovem brutalmente assassinado em outro quartel. Para Álvaro, preservar a memória desses horrores é essencial para evitar que se repitam: — Este prédio precisa ser tombado e transformado em um museu da memória. Não podemos permitir que essa história seja apagada.O ato, promovido pela ABI, pelo Grupo Tortura Nunca Mais RJ e pela ONG Rio de Paz, também contou com a presença de ex-presos políticos, familiares de vítimas e representantes da sociedade civil. O objetivo principal foi exigir o tombamento do prédio, onde pelo menos 49 presos políticos foram mortos, e o fim das atividades do 1º Batalhão de Polícia do Exército, que ainda opera no local

Resumimos esta notícia para que você possa lê-la rapidamente. Se você se interessou pela notícia, pode ler o texto completo aqui. Consulte Mais informação:

JornalOGlobo /  🏆 3. in BR

Ditadura Militar DOI-Codi Rubens Paiva Memória Justiça Tombamento Museu

Brasil Últimas Notícias, Brasil Manchetes

Similar News:Você também pode ler notícias semelhantes a esta que coletamos de outras fontes de notícias.

Filme sobre desaparecimento de Rubens Paiva é um símbolo de reconciliação nacional, diz Marcelo PaivaFilme sobre desaparecimento de Rubens Paiva é um símbolo de reconciliação nacional, diz Marcelo PaivaO filme, baseado no livro de Marcelo Paiva, aborda o desaparecimento de Rubens Paiva durante a ditadura militar no Brasil e a luta de sua mãe, Eunice Paiva, pela justiça. O autor considera o filme um símbolo de reconciliação nacional, destacando a sutileza e humanidade com que retrata os temas sensíveis da época.
Consulte Mais informação »

Assassínio do Deputado Rubens Paiva: O Caso 'Ainda Estou Aqui'Assassínio do Deputado Rubens Paiva: O Caso 'Ainda Estou Aqui'O filme 'Ainda Estou Aqui' aborda o caso do deputado federal Rubens Paiva, cassado durante a ditadura militar e morto misteriosamente em 1971. A Comissão Nacional da Verdade revelou documentos que comprovam o assassinato de Paiva pelo DOI-Codi.
Consulte Mais informação »

Governo Gasta R$ 140,2 Mil Mensais com Militares Acusados do Assassinato de Rubens PaivaGoverno Gasta R$ 140,2 Mil Mensais com Militares Acusados do Assassinato de Rubens PaivaO governo federal destina R$ 140,2 mil por mês para salários e pensões de militares acusados pelo assassinato do ex-deputado federal Rubens Paiva durante a ditadura militar.
Consulte Mais informação »

Brasil Revisita Caso Rubens Paiva: Filme e Investigação Buscam RespostasBrasil Revisita Caso Rubens Paiva: Filme e Investigação Buscam RespostasO Brasil reavalia o desaparecimento do deputado federal Rubens Paiva durante a ditadura militar através de um filme aclamado e uma nova investigação oficial.
Consulte Mais informação »

Marcelo Rubens Paiva celebra vitória de Fernanda Torres: “Ainda estamos aqui”Marcelo Rubens Paiva celebra vitória de Fernanda Torres: “Ainda estamos aqui”Fernanda Torres fez história ao ganhar o Globo de Ouro de Melhor Atriz por seu papel em “Ainda Estou Aqui”
Consulte Mais informação »

Escritor Marcelo Rubens Paiva Comemora Vitória de Fernanda Torres no Globo de OuroEscritor Marcelo Rubens Paiva Comemora Vitória de Fernanda Torres no Globo de OuroO escritor Marcelo Rubens Paiva, autor do livro que inspirou o filme 'Ainda Estou Aqui', celebrou a conquista de Fernanda Torres como Melhor Atriz de Filme de Drama no Globo de Ouro. Paiva revelou que o filme, que aborda o desaparecimento de seu pai durante a ditadura militar no Brasil, tem como objetivo mostrar a humanidade e a busca pela reconciliação nacional.
Consulte Mais informação »



Render Time: 2025-02-19 05:05:37