A água para o banho chegou só na madrugada desta terça (19) para os brasileiros que estão tentando
"Eles dormem e acordam com barulhos de bombas, é muito assustador, porque a qualquer momento pode acertar a casa deles. Eles precisam ser retirados de lá o mais rápido possível", diz Eduarda Maia, 24, filha do preparador físico Rodolpho Maia, 54."Nós, como família, não podemos fazer praticamente nada. O que estamos fazendo é cobrar as autoridades.
"O país parou, e acordamos com os barulhos da guerra. Os bombardeios acontecem a qualquer momento, não tem hora", Rodolpho conta ao. Esta é a segunda vez que ele vive uma situação assim — em 2011, estava trabalhando na Líbia quando estourou a Primavera Árabe, a onda de protestos no Oriente Médio. O mercado mais próximo fica embaixo do prédio onde eles moram, mas os alimentos básicos já estão acabando. O outro fica a 500 metros deles, o que já é longe, dado o contexto de guerra. Sem poder sair de casa, eles têm enfrentado uma rotina complicada pela falta de água e de alimentos. Todos os serviços do Sudão estão parados, inclusive hospitais.
Pela quarta vez no Sudão, Heron Ricardo Ferreira, 65, está familiarizado com o país, e não imaginava viver uma nova guerra — a primeira foi em 2010, e ele saiu às pressas da Líbia, onde morava. Desta vez, não conseguiu fugir a tempo."Estava tudo tranquilo, até que começaram as rajadas de metralhadora, as bombas explodindo, as granadas, isso da janela de onde os jogadores estavam concentrados", relata o treinador do Al-Merreikh.
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