Resultado é um revés para o oficialismo, que perdeu inclusive o poder de vetar cláusulas; ultraconservadores terão 22 de 50 assentos
Com 99% dos votos apurados, o Partido Republicano, sigla de extrema direita liderada pelo ex-candidato presidencial José Antonio Kast, derrotado por Boric nas eleições de 2021, obteve 3,47 milhões de votos, ou 35% do total de votos válidos, que excluem brancos e nulos. Terá 22 assentos no conselho responsável por redigir o novo documento e poder de vetar propostas. O projeto será submetido a um referendo em dezembro.
A lista Unidade para o Chile, que reúne a esquerda oficialista, teve 28% dos votos válidos, apoio de 2,8 milhões de eleitores que se traduzirá em 17 cadeiras — para que tivessem poder de veto, precisariam de ao menos quatro representantes a mais. Em um pleito no qual o voto foi obrigatório, a direita tradicional conseguiu apenas 21,07% dos votos válidos, ou 11 conselheiros, após receber o endosso de 2,06 milhões de eleitores.
A escolha do novo conselho veio oito meses após os chilenos rejeitarem por ampla margem a proposta de reforma elaborada pela Convenção Constitucional anterior, que tinha uma maioria de esquerda e independentes, dos quais muitos vieram dos protestos de 2019 — movimento indissociável do triunfo de Boric e de sua Frente Ampla sobre Kast na disputa presidencial de dois anos depois.
— Hoje é o primeiro dia de um futuro melhor para o nosso país — disse ele, apontando para problemas de segurança pública e questões imigratórias. — O Chile derrotou um governo fracassado — completou o político, que ficou no pódio por cerca de cinco minutos. As duas direitas — a extrema e a tradicional, liderada por figuras que se comprometeram com uma nova Carta — tiveram um bom resultado conjunto. Seus 33 representantes superam inclusive as melhores projeções das últimas semanas e, se conseguirem consenso, terão liberdade para propor, aprovar e modificar normas constitucionais sem sequer debater com a esquerda. Isso porque ultrapassam os três quintos, ou 30 assentos, necessários para tais medidas.
É uma enorme derrota para o setor moderado que já compôs governos da Concertação e também sinal de que a política chilena caminha cada vez mais para os extremos.
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