Especialistas alertam que ficar muitas horas por dia no celular, no tablet, no computador e na televisão pode afetar o comportamento e o desenvolvimento de habilidades importantes na infância. Algumas regras básicas ajudam a melhorar a relação da família com as telas.
Especialistas alertam que ficar muitas horas por dia no celular, no tablet, no computador e na televisão pode afetar o comportamento e o desenvolvimento de habilidades importantes na infância. Algumas regras básicas ajudam a melhorar a relação da família com as telas."As telas são um veneno. Eu não sabia o mal que estava fazendo ao meu próprio filho.
Peres diz que a carta não chegou a surpreendê-la, pois ela já observava muitas dessas características do filho em casa. Mas receber o comunicado foi a gota d'água para finalmente buscar ajuda profissional. "Eu e meu marido somos do interior de Minas Gerais e hoje moramos em Belo Horizonte. Não temos família aqui ou uma rede de apoio para nos ajudar com os cuidados. Muitas vezes, o único suporte é do meu outro filho, que está com 13 anos", relata ela.
Após a avaliação de um profissional de saúde, a orientação também foi reduzir o contato de Francisco com smartphones, tablets, computadores e televisões. "E o excesso de telas pode fazer com que algumas crianças desenvolvam esse comportamento, principalmente uma dificuldade de socializar e aquela tendência de repetir estratégias, conversas e falas que veem nos vídeos", contextualiza ele.
"O problema é que, quanto mais se usa as telas, mais dopamina é liberada. E isso cria um vício que gera dependência, alteração no sono, problemas comportamentais, irritabilidade, falta de atenção e dificuldades de interagir socialmente", complementa a especialista. Esse grupo não teve contato nenhum com as telas durante a viagem — e os cientistas já puderam notar uma melhora na capacidade de reconhecer emoções e usar recursos de comunicação nas interações sociais deles, em comparação a uma turma de jovens que não mudou os hábitos e continuou a ver TV e a mexer no celular.
Já o psicólogo romeno Marius Zamfir cunhou em 2018 o termo"autismo virtual", que serve para descrever certas questões comportamentais em crianças de zero a três anos. Mas, pela observação dos próprios pais e dos profissionais de saúde que recebem essas crianças nos consultórios, esse é um fenômeno que chama cada vez mais atenção na prática.
A psicóloga explica que crianças com autismo que são intelectualmente estimuladas no início da vida, com pouco ou nenhum consumo de conteúdo por telas, têm uma chance maior de desenvolver sintomas mais leves. Já uma revisão sistemática feito no Instituto de Neurociências Comportamentais e Psicologia da Califórnia, nos EUA, aponta que"quanto mais longa a exposição às telas, maior o risco da criança desenvolver TEA".
Entre 18 e 24 meses, os pais devem"buscar uma programação de alta qualidade" caso queiram introduzir as telas aos poucos, diz a AAP. A ideia é que a família assista o programa em conjunto e faça brincadeiras relacionadas ao tema. "O tempo que a criança passa numa tela, por menor que seja, já rouba oportunidades de ela aprender coisas que são muito importantes", resume Gaiato.
A médica Magda Lahorgue Nunes, presidente do Departamento Científico de Neurologia da Sociedade Brasileira de Pediatria , destaca que a preocupação com as telas não está relacionada apenas à quantidade de horas assistidas, mas também à qualidade do conteúdo. "Isso ajuda a criança a ter uma previsibilidade e saber quando vai poder usar as telas", complementa o neuropediatra.
Nesse contexto, é importante que o conteúdo tenha começo, meio e fim — e o pequeno passe por todas as etapas da história e lide com eventuais frustrações que sentir nesse processo.
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