Ex-presidente Evo Morales vive uma disputa dupla para voltar à Presidência da Bolívia. Ele precisa convencer o Judiciário do país de que pode disputar mais um mandato e vencer a batalha interna na esquerda com o atual presidente, Luis Arce.
O ex-presidente da Bolívia Evo Morales defende que está apto a disputar novas eleições em 2025 e que acredita que contará com apoio popularEm um dado momento, as agressões verbais se transformaram em pedradas e foi preciso que a polícia interrompesse o conflito.
Parte da opinião pública do país entende que a decisão impede Morales de disputar uma eleição novamente, uma vez que ele já foi eleito presidente três vezes. E foi em meio a esse cenário de tensão que o ex-presidente Evo Morales concedeu uma entrevista exclusiva à BBC News Brasil e à BBC News Mundo , na sede do MAS , em La Paz.
O ex-presidente critica a atuação de Arce na presidência e o acusa de "eleitoralizar o país" e de ter migrado para a direita.Ainda segundo o ex-presidente boliviano, Arce não é mais um ativo da esquerda boliviana.
A indefinida não está na Constituição, mas a descontínua está na Constituição. E agora, vamos nos basear na opinião consultiva. Eles dizem: "Evo, quando você era presidente e nos dizia: isso sim, e isso não. E para onde você dizia, nós nos envolvemos e ganhamos dinheiro. Agora, estamos endividados.". O presidente Luis Arce disse que o que aconteceu foi uma tentativa de golpe, mas o senhor respondeu a esta versão e disse que possivelmente foi um autogolpe.
] conversam e ele vai embora. Ele mesmo, general Zúñiga, disse que naquele domingo estava jogando basquete com seu amigo . Tudo demonstra que se não é um golpe, é um autogolpe. Mas o certo é que houve um golpe na economia. O dólar disparou, há especulação total. O setor privado não quer investir. Há desconfiança dos organismos internacionais. É muito sério
BBC News Brasil - O presidente Lula fez uma viagem à Bolívia há dois ou três dias e deu seu apoio ao presidente Arce. Gostaria de saber se o senhor conversou com o presidente Lula nos últimos dias, principalmente depois do 26 de junho? O senhor se sente ignorado pelo presidente Lula?- Não tenho motivos para falar . Não tenho autoridade. Não procurei, nem procurarei, nenhum encontro.
Tínhamos criado o Ministério da Energia. Exportar energia, vender energia ao Brasil, Argentina e outros países. Era um plano que tínhamos. Países que nacionalizam, que estabelecem a soberania econômica através da nacionalização dos seus recursos naturais…já entram na mira do império BBC News Brasil - Ontem , pessoas do mesmo campo político, vistas como marxistas, brigaram na praça. O senhor se sente responsável por esse clima de tensão na Bolívia?- Olha, os companheiros se mobilizaram quando souberam que eu tinha sido convidado , mas quem saiu ? Somente funcionários públicos.Levaram petardos, bazucas, tomates. Uma pequena equipe que eu tenho se infiltrou e estava com eles.
Na minha administração, havia apenas um único grupo parlamentar dentro do MAS. Agora, há três bancadas divididas.BBC News Brasil - Tem gente que faz comparação entre você e o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, por causa dessas sucessivas tentativas de permanência no poder. Qual é a sua resposta a essas comparações?.
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