Um grupo de estudantes protestou contra a presidente da Comunidade de Madrid, Isabel Díaz Ayuso, durante uma visita à Faculdade de Medicina da Universidade Complutense de Madrid, onde estava a receber a distinção de Académica de Honra da Academia Médico-Quirúrgica Espanhola. Os manifestantes criticaram as políticas do governo regional em relação à educação pública e às universidades.
Um grupo de estudantes protestou na tarde de terça-feira contra a presidente da Comunidade de Madrid, Isabel Díaz Ayuso , que se encontrava na Faculdade de Medicina da Universidade Complutense de Madrid para receber a distinção de Académica de Honra da Academia Médico-Quirúrgica Espanhola.
No final do evento, enquanto a líder conservadora tirava fotografias com os presentes, os manifestantes estenderam uma pancarta e entoaram slogans em apoio à manifestação convocada para 23 de fevereiro em defesa da educação pública. \No caso das universidades, os seis reitores dos centros públicos llevan meses a protestar contra a falta de financiamento, uma pressão que obrigou o governo regional a reverter e aumentar os seus fundos para 2025 em 47,3 milhões de euros. «Senhora Ayuso, queremos dizer-lhe claramente aqui os estudantes da Faculdade de Medicina e de outras faculdades da Complutense que o que está a fazer você e o seu governo com a educação pública e com a universidade pública», começou a intervenção. «É a comunidade autónoma que menos dinheiro dedica à educação pública e à universidade pública», continuou. «A 23 de fevereiro vamos sair toda a comunidade educativa universidades, institutos, as trabalhadoras, as estudantes. Vamos sair a mobilizar-nos nas ruas contra a sua nova lei. Contra as suas políticas privatizadoras. Contra você, senhora Ayuso, e o seu Governo», acrescentou o principal interveniente antes de a segurança da presidente o convidar a abandonar o lugar onde estava e de haver gritos de «Ayuso, ouve!, a uni está em luta!».\ A nova lei de universidades, precisamente, pretende punir os escraches a políticos e as mobilizações que interrompam as aulas nas universidades, segundo explicou o conselheiro do ramo, Emilio Viciana, no verão passado. A norma, porém, não acaba de se concretizar, e tem em estado de máxima tensão toda a comunidade educativa. Antes da intervenção dos estudantes, durante o evento, a presidente madrileña expressou sentir-se parte da Complutense com «absoluto orgulho». «Dediquei os melhores anos da minha vida, em corpo e alma, à universidade e, em concreto, à universidade pública, da qual sempre estive profundamente orgulhosa», afirmou. A presidente de Madrid já exprimiu-se em termos semelhantes quando em 2022 foi declarada «aluna ilustre» da Complutense. Em janeiro de 2023, quando foi recolher a distinção na faculdade de ciências da informação, houve uma grande mobilização estudantil contra ela, e uma das premiadas, Elisa Lozano Triviño, de Comunicação Audiovisual e a melhor estudante da promoção 2021-2022 da faculdade, tomou a palavra para criticá-la. «Este prémio não o quero para absolutamente nada», começou o seu discurso para surpresa de todos. «De que me serve?», perguntou-se. «Não sei quem decidiu que sou a melhor da promoção, suponho que a mesma pessoa que decidiu dar-lhe um prémio hoje aqui à senhora Ayuso», continuou. «Estou farta de titulitis. A Complutense é incrível. Os meus colegas são os que estão lá fora a manifestar-se e os professores, que são os que estão em sala de aula, a ensinar-nos», opinou sobre as protestos contra Ayuso. «Está a fazer algo por nós a senhora Ayuso? Eu acho que não», acrescentou. «Hoje é um dia muito triste, porque quando digo Ayuso ouço aplausos. A quem quero aplaudir? aos meus professores de verdade e à Complutense de verdade. Hoje é um dia de luto», continuou. E rematou: «Ayuso, pepera, os ilustres estão fora»
POLITICA ESTUDANTES PROTESTO AYUSO UNIVERSIDADE MADRID
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