A morte do líder político do Hamas Ismail Haniyeh pode abrir espaço para vozes mais radicais dentro do movimento palestino. A avaliação é de Mohammed Omer Almoghayer, premiado escritor e jornalista palestino.
A morte do líder político do Hamas Ismail Haniyeh pode abrir espaço para vozes mais radicais dentro do movimento palestino. A avaliação é de Mohammed Omer Almoghayer, premiado escritor e jornalista palestino. Considerado um dos principais analistas na região, Omer esta em São Paulo para palestras e eventos.
Gaza é como um barril no qual tiros são disparados à vontade. Os habitantes, encurralados e indefesos, estão sujeitos a bombardeios constantes que ceifam dezenas de milhares de vidas, destroem casas, escolas, hospitais e qualquer aparência de normalidade. A população civil sofre o impacto dessa campanha de destruição e assassinato em massa, com crianças crescendo em um ambiente em que o trauma e a perda são as únicas constantes.
A vida familiar também foi moldada por essas lutas mais amplas — nos últimos meses, perdi mais de 30 membros da família, incluindo tios e primos mortos por projéteis de tanques e ataques aéreos, inclusive meu tio mais velho, Salah, um homem decente que passou a vida fornecendo soluções de água e saneamento no campo de refugiados de Jabalia, no norte da Faixa de Gaza.
A mídia social preencheu essa lacuna, mas ela vem com seu próprio conjunto de desafios. O imediatismo e a crueza das informações compartilhadas nessas plataformas, embora poderosos, às vezes podem não ter a profundidade e o contexto que o jornalismo profissional oferece.
Israel é excelente em ocultar toda a verdade, como ilustrado pela visita do Papa Francisco a Belém em 2014, se bem me lembro. A visita foi meticulosamente orquestrada para garantir que o papa visse a Cisjordânia sem se deparar com o muro que separa os locais sagrados em Belém daqueles em Jerusalém. Antes de outubro de 2023, as condições terríveis em Gaza — caracterizadas por um bloqueio incapacitante, ataques militares frequentes e pobreza generalizada, ataque a milhares de prisioneiros palestinos em prisões israelenses, expansão de assentamentos exclusivamente judaicos em casas palestinas — criam um ambiente em que o desespero alimenta tais atos de violência.
A posição do Brasil se destaca em contraste com as posições frequentemente mais equivocadas ou de apoio de muitas nações ocidentais em relação a Israel. Essa divergência é notada e apreciada pelos palestinos, que sentem que sua causa tem sido frequentemente ofuscada ou prejudicada pela dinâmica política e diplomática ocidental.
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