Em romance peculiar, autora fala de mulher que dormiu por um ano VEJA Recomenda
Uma jovem que, aparentemente, tem pouco a reclamar – é bonita, inteligente e rica – decide se dopar com remédios e dormir por um ano. A hibernação forçada, garante ela, seria uma forma de autopreservação em resposta ao vazio e à tristeza crônica, agravados pela morte dos pais e pela falta de aptidão para escolher bons relacionamentos – o único namorado citado por ela na trama é um sujeito grotesco, no limite do desprezível.
Ambientado na virada do ano 2000, culminando em um acontecimento real que aterrorizou Nova York em 2001, o livro de Ottessa Moshfegn – americana filha de mãe croata e pai iraniano – fala sobre o drama da saúde mental e sobre o desejo da alienação em tempos de excesso de informação. Mas o fundo melancólico se mistura a bons momentos de humor ácido.