Sob regime excepcional, autoridades podem realizar prisões sem ordem judicial. O Parlamento, controlado por aliados de Bukele, também aumentou as penas para crimes relacionados
El Salvador acumula quase 42 mil detidos no quadro de uma "guerra" contra as gangues declarada há quase três meses pelo presidente Nayib Bukele, disse nesta quinta-feira o procurador-geral, Rodolfo Delgado.
Outros 8.588 ainda não iniciaram o julgamento, enquanto 456 recuperaram a liberdade na primeira audiência porque "não estavam ligados a gangues", disse Delgado. Entre as "provas" que, segundo Delgado, são usadas para demonstrar a ligação do detento com a organização criminosa, estão "as marcas [tatuagens de suas respectivas gangues] que eles têm no corpo", e as drogas que foram apreendidas.
O assassinato de 87 pessoas entre 25 e 27 de março, em crimes atribuídos a gangues, levou o Congresso a decretar o regime de emergência a pedido do próprio Bukele, que foi prorrogado pelo menos até o final de junho. O procurador Delgado espera que se espalhe novamente.