Em entrevista ao Globo, general revela mágoa com fritura no cargo após sofrer pressão do presidente da República para reduzir preço de combustível
BRASÍLIA — O general da reserva Joaquim Silva e Luna foi apresentado pelo presidente Jair Bolsonaro como alguém que iria “surpreender positivamente” no comando da Petrobras. Primeiro militar a comandar o ministério da Defesa — durante o governo Michel Temer —, Silva e Luna deixou a diretoria-geral da usina hidrelétrica de Itaipu para assumir uma das maiores petroleiras do mundo.
O senhor saiu após um rejuste de 18% na gasolina e de 25% no diesel, há três semanas. Havia risco de desabastecimento de combustíveis caso não houvesse o reajuste? Esse foi o ponto de decisão. Fizemos aquele aumento que, na época, correspondia a 50% do valor da nossa política de paridade de importação. Então, gerou esse desgaste. Estava havendo um desgaste.
A sua demissão da Petrobras não foi decorrente desse cenário externo, mas sim uma decisão pessoal do presidente Bolsonaro… Mantendo, o que está aí, não. As soluções que estão sendo postas, o Congresso está participando disso, é encontrar um subsídio. O mundo inteiro está fazendo isso. Nós estamos vivendo um período de guerra, em que as soluções precisam ser diferentes.
Alguns amigos militares também fizeram contato, alguns de mais alto nível das Forças Armadas. De ex-comandantes de Força, de tudo isso. Houve uma compreensão. Com expressões do tipo “está saindo melhor que entrou”.
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