'É o maior desafio da minha carreira', diz brasileiro dorme 4h por noite e lidera pesquisa de vacina em Oxford G1
Pedro Folegatti, infectologista brasileiro e pesquisador da vacina da Covid-19 em Oxford — Foto: Arquivo pessoal/Pedro Folegatti
O empreendimento foi notícia no mundo inteiro na segunda-feira , quando um artigo co-assinado pelo brasileiro sobre testes com 1.077 voluntários nas fases 1 e 2 da vacina apontou que ela é segura e tem capacidade de gerar uma resposta positiva no sistema imunológico. À reportagem, o único brasileiro na linha de frente da produção da vacina no Reino Unido detalhou a velocidade inédita das pesquisas — "O processo costuma acontecer em torno de muitos e muitos e muitos meses. A gente conseguir recrutar 1077 voluntários em um período de um mês é sem dúvida uma coisa sem precedentes" — e faz alertas sobre a responsabilidade compartilhada por meio de um "pacto social" em meio à pandemia.
BBC News Brasil - O nome do senhor aparece em primeiro no relatório de resultados da pesquisa. Isso sugere liderança nesse processo? A gente começou a trabalhar a vacina desde o momento em que a sequência do genoma do coronavírus foi divulgada pelos cientistas chineses, e as preparações para os ensaios clínicos vêm acontecendo desde o final de fevereiro. É muito papel, são várias etapas de aprovação necessárias nesse processo: as principais são aprovação por um comitê de ética independente e da agência regulatória.
Pedro Folegatti - A vacina mostrou que não existe nenhum evento adverso grave induzido pela vacina nesse espaço de tempo curto em que temos assistido aos voluntários. Isso é importante ressaltar: é uma limitação deste estudo. Nós começamos a recrutar esses voluntários em abril e os dados que temos até agora mostram que não houve nenhum efeito adverso grave com relação à vacina.
BBC News Brasil - O anúncio gerou certa euforia, porém, como o senhor disse, ainda não há um resultado definitivo. Mas o que interessa de fato é que as vacinas previnam morte por coronavírus, então essas nuances de quanto a vacina vai funcionar são o que os estudos de eficácia vão começar a nos mostrar nos próximos meses.
Escolhemos o Brasil por ser infelizmente um lugar onde a quantidade de casos talvez fosse nos dar uma resposta mais rápida com relação à eficácia da vacina. BBC News Brasil - Há um forte movimento antivacina pelo mundo. Vê-se muitas notícias falsas, boatos, e é importante que esses mitos sejam desfeitos. O que o senhor tem a dizer para quem acredita ou espalha estas mensagens?
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