Bruno Quintella acredita que é hora de mudar o tom do luto pelo jornalista e usá-lo como impulso para fazer novas coisas
O repórter Tim Lopes em novembro de 1979, como operário no canteiro de obras do metrô, na Mangueira — Foto: Reprodução
Mais cedo, nas redes sociais., Bruno escreveu sobre a falta que ele faz em família, no convívio mais íntimo: — O jornalista precisa voltar a ocupar certos espaços. Entendo que tragédia afastou a gente. O caso do meu pai foi um divisor de águas, sim. Mas essa quarentena do Tim Lopes acabou. É preciso zerar o cronômetro, ver como está a temperatura da água e voltar para o campo. O luto não vai acabar, vamos conviver com ele, mas vamos usá-lo como impulso para fazer novas coisas.
— Aprendi com ele a sempre respeitar o outro, o lugar do outro, a opinião como o outro. Ele não santificava nem demonizava ninguém. Era uma observação cuidadosa, mas nunca em tom de julgamento. — Hoje, num mundo onde todo mundo tem imagem de tudo, acho que ele pouco recorreria à microcâmera. Acho que ele apostaria mais na força humana do que na tecnologia. Talvez ele estivesse de volta às favelas com uma caneta e um bloquinho, conversando com as pessoas para entender o que está acontecendo.Homenagem a Tim Lopes aconteceram durante todo o dia.