Em entrevista, neurocientista brasileiro afirma ainda que economia se baseia na troca de relações sociais estabelecidas pela mente humana e conclui: 'se estivermos mortos, as abelhas e os elefantes não têm um sistema econômico'
No próximo sábado , assim como muitos brasileiros, o neurocientista Miguel Nicolelis vai completar uma estranha marca, bastante simbólica dos tempos atuais: seis meses de reclusão. Naquela quinta-feira, um dia depois de a Organização Mundial da Saúde declarar a pandemia de covid-19, ele decidiu que era melhor não mais sair de seu apartamento em São Paulo.
BBC News Brasil - Comecemos pelo seu novo livro: como explicar de forma simples o poder do cérebro humano? O cérebro humano na verdade é o centro de toda a cosmologia humana, a única ferramenta disponível ao ser humano para construir uma interpretação da realidade. Para as pessoas que fazem parte dessa rede de cérebros, o culto ao dinheiro é mais relevante do que a sobrevivência da espécie. Daí surge esse fenômeno da criatura que começa a devorar o criador.
Tudo isso está sendo atrofiado, com a nossa capacidade de relacionamento social em alta escala, em detrimento de nossos comportamentos robóticos artificiais.
Eles pegam da gente as coisas grátis e vendem informações comportamentais humanas. Por que o [aplicativo de webconferências] Zoom subiu? Porque ele coletou a maior quantidade de informação humana, de interações humanas, nesse tempo de pandemia. Facebook, Twitter, Instagram, todos coletam [informações]. Você compra um livro na Amazon e, de repente, chegam sugestões de 50 livros.
Não temos poder operacional, mas a gente faz sugestões e recomendações, publicamos boletins. As maiores recomendações foram lockdowns em cidades e criação de brigadas emergenciais de saúde. São grupos de agentes de saúde que passaram a ir nas casas e locais de trabalho para quebrar a transmissão do vírus lá. Elas examinam, testam e decidem se as pessoas precisam se isolar.
É assustador, e não se trata só do presidente falando isso, hoje tem até secretário de Saúde, não do governo federal, tem médico falando um absurdo desses. Quando eu comecei, ser cientista era basicamente ser o nonsense, um cara sem sentido, ignorado. A única imagem que se tinha era a de Hollywood, um cara louco. Quando eu fui embora , em 1989, cientista era uma coisa como que não fede e não cheira.
E ela o ouve. No Brasil, essa relação de aconselhamento científico com a classe política, dirigentes e gestores públicos não é tradição. Aqui isso nunca ocorreu. Então os políticos não têm experiência de dialogar com cientistas e vice-versa.
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