A África do Sul vinha afirmando adotar uma posição não alinhada com a invasão da Ucrânia pela Rússia desde o início do conflito
Na semana passada, o embaixador dos EUA na África do Sul, Reuben Brigety, afirmou que o governo de Joe Biden está convencido de que a África do Sul forneceu armas ao Exército do líder da Rússia,, em dezembro do ano passado, quando um navio russo — Lady R — atracou na base naval de Simon's Town, na Cidade do Cabo. O episódio intrigou políticos da oposição na época, que cobraram satisfação do governo sul-africano.
Em resposta, o governo sul-africano afirmou que recebeu com "preocupação" as informações e que "as declarações prejudicam o espírito de cooperação e parceria que caracterizou os engajamentos bilaterais" entre os países. O governo também prometeu uma investigação sobre essas supostas entregas de armas e que compartilhará as informações com a inteligência americana.
O presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, disse nesta segunda-feira que está sob "enormes pressões" para escolher um lado e que seu país não entrará "em uma competição entre potências mundiais" pela Ucrânia. "Não aceitamos que nossa posição não alinhada favoreça a Rússia em comparação com outros países. Também não aceitamos que isso ponha em risco nossas relações com outros países", disse ele no boletim presidencial semanal. Em março do ano passado, o país foi um dos 35 que se abstiveram na votação da resolução da ONU contra a Rússia.
Ramaphosa falou por telefone na semana passada com Putin e ambos expressaram o desejo de "intensificar" sua cooperação, segundo o Kremlin.Em fevereiro, na semana em que a invasão da Ucrânia completou um ano, militares da África do Sul realizaram, na costa do país, um treinamento com tropas russas e chinesas, entre as cidades de Richards Bay e Durban.
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