As informações sobre o santo, que costuma ser representado como um guerreiro romano em um cavalo branco, são confusas e imprecisas.
Ele está presente na tradição popular, em sambas, no futebol e na toponímia — é considerado o padroeiro do Corinthians e do Rio de Janeiro. Graças ao sincretismo presente no Brasil, acabou sendo também uma das figuras mais importantes da umbanda. Personagem de inúmeras lendas, acabou sendo removido do santoral católico em 1969 — mas sua veneração segue firme e forte.
A versão afirma que Jorge teria nascido na Capadócia, atual Turquia, por volta do ano de 280, educado em uma família de tradição cristã. Mais tarde, mudou-se para a Palestina, onde acabou se alistando no exército do imperador romano Diocleciano . De acordo com a tradição, ele teria sido sepultado em Lida, na época capital da Palestina, atualmente uma cidade israelense localizada perto de Telaviv. No local foi erguida uma igreja em sua honra — hoje restam ruínas.
Ele atribui a isso a existência de tantas "lendas e histórias fantasiosas" acerca do santo, "de vertente míticas, religiosas e socioculturais". "Tudo isso, ressignificado à luz da fé católica", enfatiza.
"O sincretismo com santos católicos foi uma estratégia de sobrevivência dos africanos e seus decendentes, uma tentativa de recriação de suas práticas em um contexto em que não tinham a liberdade", explica à BBC News Brasil o historiador Guilherme Watanabe, pai de santo do terreiro Urubatão da Guia, em São Paulo, e membro fundador do Coletivo Navalha.
Watanabe ressalta que o "encontro de São Jorge com Ogum" não foi obra do acaso ou um capricho aleatório. "Isso transformou o santo católico em algo que seja outra coisa. Existiu uma escolha. Jorge, de fato, está caçando, está com arma em punho, pronto para espetar o dragão, levar para casa. Aí liga ao orixá Ogum, que é o primeiro caçador.
"A lenda do santo que mora na lua tem sua origem na história do dragão que, depois de devorar todos os animais e os jovens de um certo reino, só lhe restava devorar a filha do rei", conta o escritor. "Prestes a ser sacrificada, ela foi libertada por um corajoso cavaleiro que conseguiu ferir o dragão com sua espada."
Foi um movimento capitaneado pelo papa Paulo 6º , na esteira do Concílio Vaticano 2º — na época, foram retirados do santoral muitos personagens que careciam de comprovação histórica, mas em respeito às tradições, principalmente nas localidades em que tais figuras têm uma devoção popular mais forte, a memória e as celebrações se tornaram facultativas.
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