Devolução de obras de arte retiradas de vítimas do Holocausto e artefatos culturais e históricos roubados por potências coloniais é motivo de discussão em instituições como o Museu Britânico
Mas era também uma exposição diferente: os Bronzes do Benim, dezenas de esculturas e placas de metal intricadas que datam do século XIII estavam sendo exibidos na capital alemã talvez pela última vez, já que desde julho de 2021 não pertencem mais à Alemanha. Fazem parte de um tesouro que o país começou a repatriar para a Nigéria, com a devolução de 20 peças no início de dezembro passado.
– Há alguns anos já, vem se dando uma grande conscientização, com o público cada vez mais interessado na questão da proveniência das obras, e percebendo que as que têm origem problemática não podem continuar no museu – confirma Gilbert Lupfer, da Fundação Alemã de Obras de Arte Perdidas, maior base de dados do mundo em matéria de obras saqueadas pelos nazistas.
Em 2021, os governos alemão, holandês e belga anunciaram sua intenção de identificar em seus respectivos museus as peças que foram saqueadas durante a era colonial e de iniciar um processo de devolução.
O que não significa que todas as instituições europeias tenham chegado a essa conclusão facilmente. O Museu Leopold em Viena, por exemplo, criado a partir da coleção particular de Rudolf e Elisabeth Leopold, há muito se vê envolvido em controvérsias no que se refere às peças saqueadas por nazistas.
O Forum Humboldt, um museu de Berlim que começou a repatriar alguns dos artefatos para a Nigéria — Foto: Andreas Meichsner/The New York Times Embora o Museu Britânico esteja em negociações com as autoridades gregas para uma possível devolução há mais de 30 anos, ele se mantém irredutível, alegando, entre outras coisas, que Lorde Elgin comprou as obras de forma legítima de representantes do Império Otomano, que ocupavam a Grécia na época.
No Museu Britânico, sob um friso do Partenon, uma família grega posava para fotos na frente das figuras de deuses e heróis. Como em Berlim, as explicações que acompanham as esculturas reconhecem sua origem polêmica, mas, ao contrário de lá, não há planos de devolvê-las. Enquanto zanzava pelo museu, encontrei muitos visitantes que não só têm conhecimento da polêmica em relação à origem de alguns objetos, como são ligados aos países saqueados.
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