Mesmo com previsões de crescimento, um possível cenário doméstico desafiador e riscos externos, como reajustes de tarifas dos EUA, podem reduzir o ímpeto de setores que estão protagonizando a expansão em 2024, avaliam economistas
Mesmo com previsões de crescimento, um possível cenário doméstico desafiador e riscos externos, como reajustes de tarifas dos EUA, podem reduzir o ímpeto de setores que estão protagonizando a expansão em 2024, avaliam economistasMarcada por um crescimento disseminado, a atividade econômica teve como protagonista a indústria de transformação em 2024, mas também foi puxada por construção e serviços.
Depois de ter crescido 1,6% em 2023, a indústria deve crescer 3,4% neste ano, segundo projeção da Tendências e do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas . Já o setor de serviços, com desempenho acima da expectativa desde o fim da pandemia, continuou sendo o principal motor da atividade econômica neste ano. A expectativa é que o setor avance 3,2% em 2024, de acordo com a Tendências Consultoria. O FGV Ibre espera alta de 3,5%.
“Para o restante do ano, o bom momento do mercado de trabalho pode continuar dando suporte à demanda doméstica e beneficiando esses segmentos”, acrescenta o economista. Em relação ao mesmo período de 2023, lembra, o crescimento de ocupações formais superou o de informais: 2,3 milhões contra 1,1 milhão, respectivamente.
“A expectativa é de manutenção da taxa de desocupação em patamares baixos nos próximos trimestres, o que reforça o quadro de escassez de mão de obra em setores específicos, ampliando o poder de barganha dos trabalhadores nas negociações salariais e pressionando custos produtivos e preços.”No próximo ano, a atividade econômica deve perder força, o que reduz as projeções para o crescimento PIB.
O FGV Ibre espera crescimento de 2,7% da indústria em 2025, enquanto a Tendências prevê alta de 2% no próximo ano. Em 2025, afirma a economista, a agropecuária deve voltar a ter protagonismo, puxada pelo crescimento das exportações. A expectativa positiva para a agropecuária, argumenta Campos Neto, da Tendências, se deve aos sinais de uma “supersafra” de soja em 2025. “O único senão se deve a riscos climáticos. Se, por ventura, houver algum novo choque climático como tivemos em 2024, teremos dificuldades na parte de grãos”, diz.
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