Organizações indígenas e ambientais demonstram profunda preocupação com a decisão do presidente Lula de permitir pesquisas petrolíferas na Margem Equatorial, uma região crítica na Amazônia. Argumentam que a exploração petrolífera representaria um risco ambiental, social e econômico irreversível, contrariando o compromisso do Brasil com a liderança climática global.
Entidades indígenas e ambientais expressaram profunda preocupação com a decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de reverter a proibição de pesquisas petrolíferas na Margem Equatorial , uma região sensível da Amazônia . Lula justificou a decisão afirmando que o petróleo é uma fonte de energia vital para a transição energética do Brasil, mas grupos indígenas e ambientalistas argumentam que essa exploração representaria um risco ambiental, social e econômico irreversível.
A Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab) alertou que projetos como esse não só ameaçam a vida dos povos originários, mas também causam danos ambientais irreversíveis, destruindo florestas, contaminando rios e comprometendo o futuro das próximas gerações. Já a Articulação dos Povos e Organizações Indígenas do Amapá e Norte do Pará (Apoianp) criticou a aparente contradição do governo em apoiar um empreendimento que emite gases poluentes, acelerando a crise climática, após o Brasil ter apresentado, na COP29, uma NDC que, pela primeira vez, cita a eliminação total do uso de combustíveis fósseis no país. A Coordenação Nacional de Articulação de Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq) também se manifestou contra a falta de consulta prévia aos quilombolas e demais povos que vivem próximos à região, expressando temor de que suas comunidades sejam prejudicadas. Kumi Naidoo, presidente da Iniciativa do Tratado de Não-Proliferação de Combustíveis Fósseis, classificou os movimentos do governo como um escárnio e uma decisão que está pingando óleo sujo, por entregar à indústria petrolífera uma das áreas mais importantes do mundo para a proteção climática. Ilan Zugman, diretor da 350.org para a América Latina e Caribe, afirmou que o governo brasileiro precisa decidir se vai trabalhar para a sobrevivência do planeta e daqueles que são mais vulneráveis à emergência climática ou vai continuar com discursos e ações contraditórias.
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