Análise de pesquisadores chineses constatou que subvariantes BA.4 e BA.5, que se tornam prevalentes no país, conseguem escapar da imunidade induzida pela BA.1 e provocar quadros de reinfecção
Os anticorpos gerados pela infecção com a versão original da Ômicron – BA.1, responsável pela onda da Covid-19 em janeiro – não protegem contra as subvariantes BA.4 e BA.5, que se tornam prevalentes no Brasil. A conclusão é de um estudo de pesquisadores da Universidade Peking, de Pequim, na China, publicado nesta sexta-feira na revista científica Nature.
"O aumento em pouco tempo mostra que essas variantes são mais transmissíveis, porque são capazes de superar a variante que então predominava, no caso a Ômicron BA.2. O fato inédito é que as variantes BA.4 e BA.5 são derivadas de BA.2, e essa é a primeira vez que está acontecendo isso na pandemia: uma VOC derivada de uma VOC antecessora causando uma nova onda. Até então isso não havia acontecido.
Em maio, um estudo de cientistas da África do Sul, primeiro local a identificar as novas sublinhagens, já havia considerado a capacidade de elas driblarem os anticorpos de infecções anteriores da Covid-19, porém com menor capacidade de prosperar no sangue de pessoas vacinadas. “Ao contrário de quando a Ômicron apareceu pela primeira vez, agora as sublinhagens da Ômicron podem ter como alvo a imunidade humoral induzida pela própria Ômicron, como a infecção pós-vacinação. Esses fenômenos representam um grande desafio para a imunidade coletiva atualmente estabelecida através da vacinação e da infecção pela BA.1 e BA.2.