A 16ª Conferência das Partes (COP) sobre Desertificação, que acontece em Riad, Arábia Saudita, foca em regiões impactadas pelo clima mais quente e seco. No Brasil, o semiárido da Caatinga é uma área muito suscetível à desertificação, com agricultura intensiva e mudanças climáticas acelerando o processo.
Com menos repercussão que as conferências internacionais sobre clima ou a biodiversidade, a 16ª COP da Desertificação fecha o ciclo dos grandes encontros ambientais das Nações Unidas em 2024. O evento em Riad, na Arábia Saudita, desloca as atenções para os lugares mais impactados por um clima cada vez mais quente e seco. No Brasil, o semiárido da Caatinga é a região mais sujeita a um processo irreversível de degradação. 'Toda a área na Caatinga está na área mais suscetível à desertificação .
O aquecimento global e as mudanças climáticas fazem o ambiente perder umidade. Temos um solo sem vegetação, com sol e uma temperatura muito intensa, e sem disponibilidade de água. Ali é um ambiente muito oportuno para a degradação da terra e, por consequência, de desertificação', explicou Alexandre Pires, diretor do Departamento de Combate à Desertificação do Ministério do Meio Ambiente do Brasil. O desmatamento das florestas, as queimadas e uso ineficiente da água na produção agrícola aceleram esta transformação. O agronegócio brasileiro é, ao mesmo tempo, causador e vítima deste fenômeno. O uso intensivo da terra por monoculturas e pecuária degradam os solos e afetam a sua fertilidade. As mudanças do clima modificam o regime de chuvas, o que intensifica as secas e afeta as lavouras, causando prejuízos milionários ao setor. Mas Pires observa que não é apenas o agro que demora a reagir diante destes riscos: a sociedade brasileira como um todo e os governos nas três esferas de poder não acordaram para a ameaça da desertificação, que atinge cerca de 38 milhões de pessoas no nordeste, entre elas 42 povos indígenas. Em paralelo, os demais biomas brasileiros sofrem com o aumento das secas - a Amazônia experimentou neste ano a estiagem mais severa da história. Mesmo assim, 'As secas não são mais um fenômeno apenas da região nordeste, do semiárido brasileiro, mas todo o país está sofrendo, assim como outros países que não sofriam agora estão, em função das mudanças climáticas
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