Entenda a trajetória do líder russo Vladimir Putin, um político desconhecido até o fim dos anos 1990 que acabou se tornando um dos homens mais poderosos do século 21:
Uma das notícias mais importantes para o século 21 chegou ao público nos últimos momentos do século 20. No dia 31 de dezembro de 1999, o então presidente russo, Boris Yeltsin, surpreendeu seu país e o mundo com um pronunciamento na televisão. O que parecia ser apenas uma mensagem de feliz ano novo mostrou-se um momento histórico. "Hoje eu me dirijo a vocês pela última vez como presidente da Rússia", disse Yeltsin.
Em setembro, uma série de explosões destruiu prédios de apartamentos na cidade de Buynaksk e em Moscou. Mais de 200 pessoas morreram. A indignação popular foi enorme, e o governo russo culpou militantes chechenos. O presidente da Chechênia, Alan Maskhadov, negou qualquer envolvimento, assim como os grupos armados, o que não alterou o desenrolar dos fatos. Em 23 de setembro, Putin ordenou o bombardeio da província, e a invasão veio em outubro.
A retomada do controle da Chechênia por Moscou foi garantida em maio de 2000, mas o embate com grupos islâmicos da província continuou por anos. Como parte desse conflito, em 2002, cerca de 40 militantes chechenos tomaram o teatro Dubrovka, em Moscou, e fizeram cerca de 900 reféns, entre funcionários, atores, músicos e espectadores que assistiam ao musical Nord-Ost .
A mudança significava que Putin, ao final dos quatro anos de Medvedev na Presidência, poderia voltar ao cargo por mais dois mandatos, tendo cumprido a restrição constitucional de que um presidente só poderia governar por dois períodos "consecutivos". A diferença: em vez dos oito anos que Putin passou na Presidência entre 2000 e 2008, dessa vez ele poderia ficar até 12.
Três integrantes do grupo de música Pussy Riot foram presas e condenadas a dois anos de prisão, em 2012, por terem apresentado uma música crítica a Vladimir Putin dentro de uma catedral ortodoxa em Moscou - território sagrado para Putin, que se aproximou da Igreja Ortodoxa Russa. Em 2013, o principal militante oposicionista da Rússia, Alexei Navalny, foi condenado a cinco anos de prisão por "fraude".
Em março de 2018, outro ex-agente, Sergei Skripal, foi envenenado na Inglaterra. Skripal e sua filha, Yulia, foram vítimas de um ataque na cidade de Salisbury e quase morreram. Dessa vez, o envenenamento ocorreu com o agente nervoso Novichock. O caso causou um novo abalo nas relações já difíceis entre Reino Unido e Rússia.
Com isso, segundo dados do Banco Mundial, o Produto Interno Bruto da Rússia disparou no novo milênio. Depois de amargar sete quedas consecutivas do PIB entre 1990 e 1996, incluindo as assustadoras baixas de -14,5%, em 1992, e -12,6% em 1994, a economia russa disparou. Avançou 6,4% em 1999 e 10% em 2000, crescendo em média 6,6% por ano entre 2001 e 2008.
A participação russa, especialmente por meio de bombardeios aéreos, mostrou-se decisiva. Com a ajuda de Moscou, Assad foi capaz de retomar o controle da cidade de Aleppo, após quatro anos de combates, e expulsar o chamado Estado Islâmico da cidade de Palmyra.
Bombardeiros e tanques não foram as únicas armas usadas pela Rússia de Putin. Houve suspeitas de que duas importantes consultas populares no Ocidente em 2016 tivessem sido alvos de campanhas de desinformação organizadas por interesses russos. Em junho, os britânicos foram às urnas para decidir se o país continuava ou não membro da União Europeia - o chamado referendo do "Brexit".
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