Esse crime milionário, tido como o maior roubo conhecido do Brasil Império, foi desvendado pelo advogado abolicionista Luiz Gama A história envolve depoimentos falsos, um cofre inglês 'impossível de ser arrombado' e uma quadrilha de imigrantes alemães:
, é um tratado jurídico, mas também uma rica narrativa jornalística sobre como Gama desvendou o mistério do roubo à alfândega.
"Muito se fala que o Gama só escreveu um livro de poesias. Mas considero que os textos sobre o roubo, com 150 páginas, é um livro completo dele", diz.O historiador Bruno Lima está lançando as Obra Completas de Luiz Gama em 11 volumes com mais de 900 textos, nascido em 21 de junho de 1830, ex-escravizado que se tornou abolicionista, jornalista, poeta, investigador de polícia e advogado autodidata.
O tesoureiro Largacha foi preso logo após o assalto ser descoberto, no final da tarde de segunda-feira. Mas ele jurou ser inocente, além de vítima de um complô. "O valor roubado era altíssimo para a época", diz o historiador Clemente Penna, pesquisador da Universidade Federal de Santa Catarina , que não encontrou em pesquisas nos jornais da época nenhum roubo com valor superior ao da alfândega.
Neste cenário com muito dinheiro circulando, Largacha virou o principal suspeito do crime, porque, além de ter a única chave do cofre, foi alvo de uma acusação que o colocava na cena do crime. Bruno Lima acredita que Luiz Gama, que por anos trabalhou na polícia, se convenceu de que Largacha era inocente ao visitá-lo na cadeia de Santos, um prédio que existe até hoje na Praça dos Andradas, no Centro da cidade - atualmente, funciona no local um centro cultural.
Luiz Gama contestou o laudo do serralheiro, afirmando que seu depoimento era uma "vergonha judiciária, deformidade legal, disparate forense e eterno atestado de imbecilidade". E não só: o abolicionista afirmou que Sydow não apenas teria mentido, como estaria envolvido no crime. "Apareceu um serralheiro, que pouco se recomendava pelos modos, e menos ainda pelo trajo . Seguro de que obteria o prêmio no caso de êxito, deixou-se revistar. Levava consigo apenas alguns pedaços de arame", contou a publicação, anexada ao texto de Gama.
Segundo testemunhas, já na manhã da segunda-feira seguinte ao roubo, Galvão teria espalhado um boato de que Largacha seria o autor do crime. Às 11h daquela segunda-feira, ele enviou um telegrama ao jornal dando detalhes do assalto, como a exata quantia levada. Porém, essas informações só foram descobertas pela polícia depois.
Resta uma dúvida: como a quadrilha abriu o cofre? A resposta, a essa altura, parece fácil: com um serralheiro habilidoso. E esse último personagem também era imigrante alemão: Guilherme Kronlsin. Depois, o serralheiro Guilherme Kronlsin mediu os mecanismos internos da fechadura usando um arame e produziu outra chave ali mesmo, com pedaços de ferro. A pena de galinha foi usada para lubrificar a ferragem do cofre com o óleo de amêndoas, segundo Gama.
Mas o serralheiro não permitiu a vistoria, dizendo que já havia sido inspecionado por um policial antes. Conseguiu passar.O caféO café brasileiro era competitivo por conta de sua mão-de-obra escravizada, segundo historiador Bruno Lima. Imagem de Marc Ferrez, de 1882
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