A França relembra os ataques terroristas de dez anos atrás contra o jornal satírico Charlie Hebdo, que resultaram em doze mortes. Revistas francesas refletem sobre o impacto do atentado e o aumento da violência no país.
Há dez anos, o Charlie Hebdo foi invadido por dois terroristas num ataque que ficou para a história da França. Doze pessoas morreram e outras cinco ficaram gravemente feridas na redação do jornal satírico, num episódio que deu início a uma série de ataques terroristas na França. Uma década depois, as principais revistas francesas relembram os factos e fazem um balanço da situação desde então. 'Sete, oito e nove de janeiro de 2015. Estas três datas ainda soam na nossa cabeça.
Cada um se lembra onde estava nesses dias', escreve Amedy Coulibaly, após fazer vários reféns, matou quatro pessoas. Étienne Gernelle recorda as lágrimas e a raiva que tomaram conta de parte da população, mas também a determinação para resistir. A revista, que acompanhou a elaboração deste número de aniversário, relata como estes aprendizes redatores e cartunistas, escolhidos especialmente para a ocasião, preferiram evitar alguns dos assuntos que fizeram a história e a reputação do jornal satírico, assim como os temas religiosos, praticamente desapareceram. Como se esses temas tivessem se tornado delicados demais para serem tratados com ironia. Até porque algumas das vítimas diretas dos ataques ainda vivem as suas consequências. Neste fim de semana que antecede o aniversário de dez anos dos ataques, conta que Riss, um dos sobreviventes do atentado e que atualmente dirige o jornal, diz que 'Esses aniversários servem para lembrar os mortos, mas também para celebrar aqueles que sobreviveram e fazer um balanço'. A revista, que elenca os ataques registrados na França desde então, como a morte do professor Samuel Paty, decapitado por ter mostrado caricaturas publicadas pelo Charlie Hebdo na sala de aula, ou o antissemitismo crescente no país, principalmente desde os ataques do Hamas contra Israel em outubro de 2023. 'Este aniversário é triste não apenas porque ele relembra os atentados que arrasaram a França, mas também porque ele nos serve como um lembrete de que a luta contra o terrorismo continua', conclui o editorial
TERRORISMO FRANCIA CHARLIE HEBDO ATAQUES VIOLÊNCIA
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