Assassinatos do indigenista brasileiro e do jornalista britânico levam o país outra vez ao constrangimento mundial e ilustram política da 'terra de ninguém'
TRISTE DESFECHO - Fim das buscas: corpos que seriam de Bruno Pereira e Dom Phillips são resgatados pela polícia - Edmar Barros/AP Photo/Image Plustrouxe à tona também em sua gestão o velho discurso da soberania brasileira sobre a Amazônia, tão caro aos militares do regime, com o argumento simplório de que forças malignas, de governos estrangeiros a ONGs, querem roubar essa riqueza.
O alerta sobre o desaparecimento ganhou o mundo já no início da semana. Phillips e Pereira sumiram no domingo 5, quando seguiam pelo Rio Itaquaí rumo à cidade de Atalaia do Norte . Antes, acompanharam durante dois dias o trabalho da equipe de Vigilância Indígena, um grupo de autodefesa do Vale do Javari, criado para monitorar as incursões ilegais de traficantes, garimpeiros e pescadores. Foi essa ação que pode ter selado a morte de ambos.
O governo brasileiro reagiu tarde ao episódio do desaparecimento de Dom e de Bruno — e reagiu mal. Enquanto uma força-tarefa vasculhava a região, Bolsonaro enfileirava declarações chocantes e cruéis. Primeiro, afirmou que os dois haviam ido para uma “aventura que não é recomendável”. Depois, incomodou-se com o destaque na imprensa e a preocupação que o caso despertava no Congresso, no STF e na sociedade civil.
O crime organizado não tomou conta da Amazônia por acaso. Embora a violência seja parte da paisagem há décadas — como mostram os assassinatos do seringueiro Chico Mendes em 1988, no Acre, e da missionária americana Dorothy Stang em 2005, no Pará —, inegavelmente a retração do Estado nos últimos anos favoreceu a sua expansão. O Vale do Javari tornou-se um caso exemplar.
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