Campos Neto, presidente do BC, vive embate com o presidente Lula para reduzir a taxa juros, hoje em 13,75% e considerada alta por parlamentares governistas
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse que, sem a ação do Banco Central durante o período eleitoral de 2022, a inflação do Brasil seria de 10%, e não a de 5,78% registrada no acumulado de 12 meses até dezembro de 2022. Segundo ele, as medidas adotadas pela gestão confirmam a autonomia da autarquia.
Campos Neto participa, nesta terça-feira , de uma audiência requerida pela Comissão de Assuntos Econômicos do Senado. Vale lembrar que o BC trava uma guerra com o governo federal sobre a taxa de juros, atualmente em 13,75%, considerada alta pelo Palácio do Planalto. “Se isso fosse feito [aumento dos juros], a gente teria tido uma inflação de 10% em vez de 5,8%. Hoje, para a gente controlar a inflação e a expectativa do ano que vem, que seria muito mais alta do que os 10%, a gente teria que estar com os juros de 18,75%. Se não tivesse, a gente estaria caminhando para uma inflação que contaminar e subir bastante, como o exemplo que tem aqui da Argentina”, disse Campos Neto aos senadores.
“Nunca, na história deste país, nem na história do mundo, foi feito um movimento de alta de juros no período eleitoral. Lembrando que o Banco Central, mesmo no período eleitoral, entendeu que a inflação ia subir, inclusive, antes de grande parte dos outros países. O Banco Central do Brasil foi um dos primeiros a subir juros, mas fez uma subida muito grande no ano eleitoral”, pontuou o presidente do BC.
Campos Neto assumiu o BC em 2019, indicação de Bolsonaro. Ele fica no cargo até 2024 e tem autonomia, ou seja, sem intervenção do Congresso ou Planalto, para comandar a política monetária do país, prevista em lei. Um dos objetivos do órgão é justamente perseguir a meta da inflação definida pelo governo, o que, em muitos casos, resulta no aumento dos juros.
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