O Conselho de Ministros transmitido ao vivo, sob a liderança de Gustavo Petro, revelou uma cena caótica de confrontos e críticas entre o presidente e seus ministros. A transmissão inesperada expôs tensões sobre o desempenho do governo, promessas não cumpridas e acusações de tolerância à corrupção.
O Conselho de Ministros, transmitido ao vivo para toda a nação, retratou, na terça-feira, o caos que reina no Governo de Petro. O presidente foi visto repreendendo por horas seus ministros, acusando-os de mal desempenhar suas funções e de ter uma dupla agenda. Ele repreendeu um que chegou atrasado, ignorou sua vice-presidente e riu de forma forçada quando outro, em um surto de amor, afirmou amá-lo.
Duas de suas ministras e o diretor de uma entidade pública lhe revidaram as críticas, acusando-o de tolerar a corrupção e de incluir em seu projeto progressista pessoas que não são progressistas. O desconforto do momento era visível no rosto de todos os presentes. Petro não se deixou abalar e culpou todos por não cumprirem 146 de suas 195 promessas de governo: “Sinto vergonha. O presidente é revolucionário. O Governo, não”.O presidente não ficou satisfeito com a maneira como o assunto das deportações com Donald Trump foi resolvido. Ele acredita que o então chanceler, Luis Gilberto Murillo, cedeu às ameaças dos Estados Unidos de iniciar uma guerra comercial e fechou de forma inadequada uma crise que surgiu pelo tratamento recebido pelos colombianos em voos de deportação, onde são encadenados de pés e mãos. Mas agora, com ele à frente das conversas, não tem intenção de ceder nem um milímetro, de acordo com seu círculo. E queria que todos o vissem na televisão.Ele chegou furioso à reunião com os ministros. Disse que a ideia de transmitir a reunião ao vivo surgiu depois de ver que era feito em Cuba. Não mencionou, mas esse formato de reality show também lembra Aló Presidente, o programa de Hugo Chávez, e as intervenções televisadas de Álvaro Uribe, que humilhava publicamente seus assessores. Desde o primeiro momento, deixou claro que ele próprio cuidaria das relações internacionais, embora Laura Sarabia, sua até então número 2, fosse a chanceler. “Eles têm que me matar primeiro. Este Governo não se curva, ministra Laura. Eu não me curvo”, disse com clareza, em um tom de reprovação que não era conhecido publicamente. Petro afirma estar disposto a iniciar uma guerra de tarifas com Trump caso as autoridades americanas continuem maltratando imigrantes colombianos. Esses confrontos com Trump, Petro os teve através do Twitter, o que lhe rendeu muitas críticas. Sua equipe mais próxima lhe implorou esta semana para se desintoxicar da rede social, mas ele deu uma resposta típica sua: nenhuma. Ficou em silêncio. Hoje reconheceu, no entanto, que errou ao tuitar a localização da guerrilha do ELN no Catatumbo, uma região onde se travam guerras entre facções armadas. “A oficialidade do Exército está brava com o presidente porque um tweet meu saiu errado. Raramente acontece, mas aconteceu”, afirmou, sem esclarecer de onde havia recebido essa informação, que nem parecia verdadeira. Armando Benedetti, seu novo chefe de gabinete, sentado à sua esquerda, anotava tudo. Um a um, teve reproches para todos os ministros. Acusou-os de lhe estar “falhando ao povo” e de não serem verdadeiros revolucionários como ele. Lançava perguntas retóricas, fazia digressões históricas, que o desviavam do ponto principal. Seus pensamentos focavam em suas obsessões pessoais. Os ministros simulavam tomar notas para não ter que encarar seu olhar. O presidente estava tomado pela raiva e não tinha nenhuma intenção de escondess-la. “Ministra de Habitação: o trabalho está mal feito. Nós precisamos de água, água potável”. Quase uma hora depois, foi a vez da vice-presidente Francia Márquez, com quem Petro não tem qualquer relação. Márquez tem fama de ser muito direta e foi assim: “Nem tudo é feito com a transparência, presidente, com a que hoje falamos com o país. Isso faz parte dos meus sofrimentos porque ajudei a escolher este Governo e dói-me que se apresentem tantos atos de corrupção. Temos que dizer isso de frente”. Márquez se sente afastada, sem quase nenhuma responsabilidade. Reclamou de ter passado dois anos criando um ministério de Igualdade do zero, com toda a burocracia que isso implica. Já se confrontou em várias ocasiões com Sarabia. “Não me parece as atitudes de Laura Sarabia comigo. Já lhe tive que dizer: respeite-me, que sou a vice-presidente. E respeito a Benedetti, mas não partilho da sua decisão de trazer para este Governo estas pessoas que sabemos que têm grande parte de responsabilidade com o que está a acontecer. Talvez isto me custe quem sabe o quê”. Agora era Petro quem recebia os ataques e, por acaso, também Sarabia e Benedetti. Dentro do gabinete tentaram convencer o presidente de não nomear o segundo como seu assessor chefe após as polêmicas que protagonizou no passad
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