A decisão de Donald Trump de retirar os EUA do Acordo de Paris impacta o mercado de títulos verdes, mas o Brasil aprova legislação para regular o mercado de crédito de carbono. Empresas brasileiras apostam em bioinsumos naturais para se tornarem mais competitivas no mercado agrícola global.
Na contramão da política do novo presidente dos EUA, o Brasil aprovou, em dezembro, a Lei 15.042, que regulamenta o mercado de crédito de carbono e cria o Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa. A decisão de Trump de sair do Acordo de Paris afeta o mercado de títulos verdes , mas o Brasil avança com sua legislação. Empresas brasileiras focam em ESG e bioinsumos naturais, vendo oportunidades de crescimento e competitividade no mercado agrícola global.
Especialistas acreditam que a medida do presidente americano desencadeará uma oscilação financeira no valor do crédito de carbono. Enquanto isso, o Brasil busca se fortalecer nesse mercado com uma regulamentação própria. Baseados na agenda ESG (governança ambiental, social e corporativa), títulos verdes apresentam franco crescimento em todo o mundo desde 2016, quando saltaram de US$ 100 bilhões para US$ 1,4 trilhão no ano passado. Os bioinsumos, de origem natural, respondem por uma parcela significativa desse montante — cerca de R$ 80 bilhões, o que aponta para uma tendência de agricultura integrada ao meio ambiente. Mestre em Tecnologia Sustentável, Roulien Paiva Vieira trabalha em diversas regiões do país certificando projetos alinhados com a agenda ESG para o mercado internacional de títulos verdes. O especialista, que já atua para os Brics desde 2023, nas áreas de energias renováveis, hidrogênio verde e desenvolvimento de agricultura regenerativa para segurança alimentar, acredita que esse cenário contribuirá para o aumento da demanda e da disponibilidade financeira em investimentos verdes. Luiz Eugênio Pontes, diretor-comercial da Fertsan, empresa brasileira de bioestimuladores de origem natural, também está otimista em relação às próximas movimentações do mercado mundial. \ - Os Estados Unidos e o Brasil têm agriculturas relevantes e concorrentes entre si, tanto que os preços da soja, do milho, do algodão e do trigo norte-americanos impactam nos valores dessas culturas no mercado brasileiro, devido à concorrência internacional. Nesse sentido, os bioinsumos e insumos orgânicos representam uma vantagem competitiva, pois, comprovadamente, geram maior produtividade e melhor qualidade - afirma Vieira. - Estamos acompanhando o cenário e temos certeza que os bioinsumos continuarão sendo extremamente relevantes para o agronegócio brasileiro. Acreditamos que nossa tecnologia pode realmente transformar a produtividade agrícola de forma sustentável e alinhada aos valores ESG. diz Pontes
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