Fotógrafo do Botafogo, Vitor Silva acompanha de perto a história do clube, que inicia a semifinal da Libertadores nesta quarta-feira
Da beira do campo, naquele banquinho para lá de desconfortável, já conviveu com tudo: rebaixamento para a
Um dia eu estava lá resolvi subir a escadinha que dá acesso àquela varanda. Quando olhei, dava para ver a bandeira. Estava sem vento nenhum, um dia acinzentado, assim. Aí eu olhei aquilo ali e falei assim: 'Dá para fazer uma foto da janela com a bandeira aqui quando ela estiver tremulando'. É apenas uma foto do goleiro pegando o pênalti, como tantas outras. Mas o enredo desse pênalti é fantástico. Isso foi no jogo com o Olimpia. A gente perdeu o jogo e foi para os pênaltis no segundo jogo. Só que o goleiro desse jogo lá no Paraguai era o Helton Leite e ele se machucou. O Gatito era reserva e entrou.
Aí eu peguei o troféu em uma mão, peguei ele na outra e levei até o gol para fazer essa foto. Chamei os outros . Eu falei para o Gatito: 'A foto é você, meu irmão. A foto é você'. E quando ele levanta o troféu ali, se você reparar, ele está segurando o troféu assim, não está em pé, está deitado.
Várias vezes dá composições bonitas. Eu tenho outras fotos que eu adoro com fogo, mas essa é especial. Ela foi até batizada, chamada de Curupira. O pessoal falou: 'A foto do Curupira, do Matheus Nascimento, foi genial'. Eu e o departamento de comunicação tivemos essa ideia, que o jogador chegue tendo tempo. E nessa época foram contratações dessa nova era do Botafogo. Foram uns sete ensaios na semana, um por dia. E já não tinha mais de onde tirar uma foto diferente, porque eu já tinha explorado aquele estádio inteiro...
Eu tenho umas fotos que eu faço sempre, que eu criei até uma série, que é o Lambretão do Fotógrafo. Eu peço para o jogador me dar uma lambreta, a matadinha aérea, que eu chamo a matadinha do Neymar, aquela de futebol, que mata de letra. Aí eu componho com um fundo bonito, é sempre uma foto legal. Quando acaba o jogo, ele sai extasiado, assim, né, mega ovacionado pela torcida, aplaudido, e chorando emocionado. Ele passa assim, foi próximo a mim essa foto. Quando eu olhei, ele estava aplaudindo a torcida, e tinha a tradicional faixa dos ídolos da torcida do Botafogo. E ele era um ídolo daquela Libertadores.
Tem que ter uma foto do Jefferson. Um dos gigantes, dos maiores ídolos do Botafogo. Tenho muito orgulho de ter trabalhado com ele, de ter relação com ele até hoje. Essa foto mostra como a fotografia às vezes não é o que parece.
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