Opinião | Clubes e dirigentes tratam atletas como gado ao manter formato de competições na pandemia e relativizar riscos de contágio em massa. Por breiller
—ao menos as principais— retomaram campeonatos em estágio de desaceleração estabilizada da pandemia, diferentemente do Brasil. Alguns torneios, como a Champions League, que confinou jogadores em uma única sede , tiveram formato alterado e reduzido. Ainda assim, dois jogadores do Atlético de Madri, embora assintomáticos, foram cortados do jogo contra o RB Leipzig após resultados de teste positivo.
O que torna ainda mais complexa a manutenção de um campeonato no Brasil em tempos excepcionais são os estágios diferentes da pandemia em cada Estado e as longas viagens impostas aos clubes, já que a CBF não abriu mão do formato de pontos corridos em turno e returno, e ainda espremeu o intervalo entre partidas para terminar a competição até fevereiro de 2021.
De acordo com o protocolo, os jogadores devem ser testados 72 horas antes de cada jogo. Entretanto, como não há obrigação de ficarem confinados, ainda podem ser infectados e, consequentemente, infectar outras pessoas até que se submetam a um novo teste na rodada seguinte.
Afrouxando o protocolo e fechando os olhos para as brechas de contaminação, logo o campeonato terá boa parte de seus jogadores “zerados”, livre da obrigação de se submeter a testes por já ter pegado a doença, a ponto de que a competição transcorra como um universo paralelo em meio à pandemia.
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