'Foi uma criação masculina forçada, eu apanhei muito e fui torturada pela minha mãe para ser homem' g1
Uma ativista intersexo [pessoa que possui características do sexo feminino e masculino] afirma ter sido 'torturada' pela mãe enquanto era criada como um homem chamado Marco Antônio. Ao g1, Mayara Natale contou, neste sábado , que o processo de criação simbolizou um período de 'escravidão' na própria vida. "Minha mãe raspava minha cabeça, me batia e me agredia", desabafou.
Mayara relatou que, aos 21 anos, foi obrigada pela mãe a ir à igreja, onde teria sofrido uma série de torturas e preconceitos. De acordo com ela, um dos momentos mais marcantes foi quando a fizeram raspar o cabelo. Após se 'libertar' das situações, ela se casou e teve a filha Paola, hoje com 7 anos, que foi gerada em outra mulher.
A descoberta, segundo Mayara, aconteceu durante o tratamento da gravidez psicológica. Na ocasião, um psiquiatra teria pedido exames ao identificar o cérebro e aparência dela como 'totalmente femininos'. Segundo a ativista, o diagnóstico foi uma afirmação da própria identidade.Mayara disse nunca ter sofrido preconceito de estranhos, uma vez que sempre teve aparência feminina.
"Como eu fui torturada e passei muitas coisas ruins na infância, decidi mudar esse ciclo e fazer tudo ao contrário, em [termos de] amor e carinho. Ela fala assim: 'Você é a melhor mãe do mundo. Se eu fosse sua mãe, eu não ia machucar você'", contou. Entre os momentos mais gratificantes no ativismo, Mayara destacou a participação no clipe do DJ Pedro Sampaio no Lollapalooza, onde o artista se declarou bissexual, além de palestras realizadas em um congresso para médicos e na Ordem dos Advogados do Brasil, em São Paulo.
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