Inflação afeta desproporcionalmente quem tem menor renda, já que os preços que mais sobem são os dos alimentos g1
Para Yanina, viver em um país com alta inflação não é novidade: quando ela abriu um minimercado há dez anos em um bairro popular da Grande Buenos Aires, a inflação anual ultrapassava 25%.
E a situação é ainda mais dramática entre as crianças: mais da metade dos menores de 14 anos vive abaixo da linha da pobreza — quase 6 milhões de crianças. Além disso, os setores de renda mais baixa ficam desprotegidos contra o aumento dos preços porque tendem a ter empregos informais, que não são cobertos por uma ferramenta que vem sendo utilizada nos últimos vinte anos para proteger a população contra a inflação: a paridade .
Cinthia, de 37 anos, que entrou na loja de Yanina para comprar alguns biscoitos para o afilhado, conta à BBC Mundo que tem um emprego estável como administradora de uma maternidade e hospital infantil. No entanto, ela afirma que teve que voltar a morar com os pais porque não conseguia continuar pagando o aluguel, que aumentava acompanhando a inflação.
“Sempre tivemos inflação na Argentina, mas antes os salários acompanhavam”, afirma. "Agora, mesmo trabalhando, você é pobre." Embora o anúncio tenha sido feito em fevereiro, ainda não está claro quando a nota entrará em circulação . Para muitos argentinos, como Cinthia, a nova nota não é suficiente para refletir o aumento de preços.
Isso se deve a uma distorção fiscal causada pelo efeito inflacionário: o governo eleva periodicamente o piso a partir do qual o imposto de renda é pago , mas não modifica as tabelas, fazendo com que cada vez mais trabalhadores paguem a alíquota máxima, de 35%. Em entrevista à BBC Mundo em um hipermercado próximo ao bairro nobre de Nordelta, na zona norte de Buenos Aires, ele revelou que, mesmo com salário e pensão, teve que mudar alguns hábitos porque ficaram muito caros.
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