As centenas de crianças negras britânicas enviadas a escolas para pessoas com deficiência nos anos 60 e 70 - BBC News Brasil

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As centenas de crianças negras britânicas enviadas a escolas para pessoas com deficiência nos anos 60 e 70

Na primeira noite no internato, Noel ficou deitado na cama sozinho, chorando e pedindo pela mãe. "Eu ainda consigo sentir o cheiro das carteiras velhas de madeira. E lembro de ser muito maltratado nos primeiros dias", diz.

Noel se lembra do pai dizendo para o diretor: "Essa escola é para crianças incapacitadas". Ele diz que o diretor respondeu: "Sim, mas não gostamos de usar essa palavra. Nós chamamos de crianças com aprendizado lento." "Estudantes das escolas ESN não iam para universidade. Se tivessem sorte, se tornavam trabalhadores. O termo era paralisante e matava qualquer confiança e ambição."Gus John, ativista e acadêmico, diz que proporção elevada de crianças negras em escolas para 'subnormais' refletiam 'racismo desenfreado' no Reino Unido

"O percentual de crianças negras em escolas ESN na comparação com a presença de estudantes negros em escolas normais é escandaloso", diz Gus John.Dados dos anos 1960 e 1970 mostram que, em média, a performance acadêmica de crianças negras era pior do que a das brancas. Isso alimentou a crença amplamente difundida de que crianças negras eram intelectualmente inferiores às brancas.

Como consequência, várias autoridades locais adotaram a política de enviar crianças imigrantes a escolas fora de suas regiões numa tentativa de limitar o número de minorias étnicas nos colégios. Essa prática teve fim em 1980. Como consequência, eles não tinham a ajuda extra que outras crianças imigrantes que não falavam inglês recebiam. Segundo John, professores não tentavam compreender as barreiras culturais que crianças negras enfrentavam, e os testes não levavam em conta circunstâncias domésticas e socioeconômicas, ou o impacto da migração.

É isso que aconteceu com Maisie Barret, da cidade britânica de Leeds, que foi enviada a uma escola ESN quando tinha 7 anos, nos anos 1960. "Em vez de me ajudarem com minhas dificuldades de aprendizado, eu simplesmente fui descartada como sendo burra. Os professores nunca investiram tempo para descobrir por que eu tinha dificuldades para aprender. Isso arruinou minha autoconfiança", diz.Segundo Maisie, a falta de apoio para o aprendizado era apenas parte do problema. "Eu fui para uma escola que era uma instituição racista."Maisie Barrett só descobriu que tinha dislexia aos 30 anos.

Maisie deixou a escola ESN aos 13 anos e foi para uma escola secundária. "Minha mãe me colocou em contato com uma assistente social negra que, depois de me avaliar, disse que eu era inteligente e falou que eu tinha sido enviada a uma escola ESN por racismo." Essa presunção sobre escolas "especiais" era estimulada pelas experiências dos caribenhos em seus países.

Coard argumentou que as escolas ESN estavam sendo usadas pelas autoridades educacionais como um "depósito" de crianças negras, e que professores estavam confundindo o trauma causado pela migração com falta de inteligência.

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