Meio século depois da sua morte, o ex-presidente da Argentina Juan Domingo Perón (1895-1974) continua sendo uma das referências políticas mais populares do país.
Juan Domingo Perón morreu em 1º de julho de 1974, oito meses após iniciar seu terceiro mandato como presidente da ArgentinaA imensa maioria dos argentinos não o conheceu. E as pessoas que chegaram a presenciar seu lendário surgimento e ainda vivem têm hoje mais de 80 anos.
E não é só ali que reside o seu poder. O peronismo também está nas bases do movimento sindical, que detém muita força na Argentina desde seu surgimento no país.As imagens de Evita e Juan Domingo Perón estão sempre presentes nas manifestações públicas dos argentinos. Perón se aproximou do poder pela primeira vez ao participar do primeiro golpe de Estado ocorrido na Argentina, em 1930. Mas foi um segundo levante, em 1943, que o levou a ocupar seu primeiro cargo político, como chefe do Departamento Nacional do Trabalho.Em apenas seis meses, foi nomeado secretário do Trabalho e Previdência, acumulando posteriormente os cargos de ministro da Guerra e, por fim, vice-presidente do país.
Este evento passaria a ser comemorado como o Dia da Lealdade Peronista, celebrado até hoje. Ele marcou o início do peronismo como força política, embora Perón só tenha conseguido formar o seu partido posteriormente.Nas eleições democráticas de 1946, Perón foi eleito presidente por quase 54% dos argentinos.
O Estado de bem-estar peronista também forneceu saúde e educação aos setores mais desfavorecidos da população. Segundo esta visão, a justiça social peronista, que levou à criação de um imenso Estado de bem-estar, deixou os cofres argentinos constantemente no vermelho. Isso gerou a emissão desenfreada de dinheiro e o endividamento do Estado.
"Paralelamente ao desenvolvimento de uma política de ampliação de direitos sociais e políticos, Perón também foi construindo um culto ao líder – tanto da sua figura, quanto de Eva Perón – e fez com que seu partido se tornasse extremamente personalista."
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