O presidente da Generalitat Valenciana, Carlos Mazón, finalmente concordou em se reunir com os moradores afetados pela dana que devastou a região em outubro, após 70 dias e três protestos que demandaram a sua demissão. Mazón anunciou que a reunião será realizada quando os afetados quiserem e garantiu que as portas da Generalitat estão abertas para os moradores. A visita foi anunciada após Mazón ser questionado sobre a sua ausência na visita de Feijóo aos municípios afetados.
O presidente da Generalitat Valenciana , Carlos Mazón , sempre demonstrou disposição em reunir-se com os moradores afetados pela dana que devastou parte da província de Valência e que terminou, a 29 de outubro passado, com a morte de 224 pessoas.
No entanto, só este viernes, 70 dias depois das fortes chuvas e após três manifestações em que milhares de pessoas pediram a sua demissão, foi que afirmou que esse encontro deveria partir dos próprios afetados e que seria realizado «quando eles quiserem». O chefe do Executivo valenciano, numa aparição pública, deu a entender primeiro que já tinha reunido com algum afetado, mesmo que tivesse visitado municípios sem incluir na agenda pública. Mazón, que expõe nas redes sociais praticamente cada movimento e declaração que realiza como presidente da Generalitat, afirmou que nem todas as «visitas e atividades fazem parte da agenda pública». «Às vezes, a nível privado gosto de receber o testemunho de pessoas», disse para depois ampliar essas «visitas pessoais» para o resto dos membros do Consell. «Visito muito frequentemente e concilio com o trabalho no gabinete», acrescentou. «As portas da Generalitat estão abertas para os afetados, com os quais falamos muito frequentemente», retirou Carlos Mazón. Carlos Mazón foi também questionado porquê não acompanhou o seu chefe de fileiras, Alberto Núñez Feijóo, na visita a vários municípios afetados esta quarta-feira. Foi questionado se se devia ao medo de ser abucheado, tal como lhe aconteceu ao próprio Mazón nos últimos atos realizados em povoações devastadas pelas águas torrenciais. Há duas semanas, o dirigente popular alegou que o dia da dana estava numa refeição de trabalho como presidente do PP e não da Generalitat. Essa refeição, de várias horas, foi um dos motivos por que não chegou ao órgão de coordenação de emergências até às 19h30, pouco antes de que a alerta masiva fosse enviada para os telemóveis dos valencianos, quando as inundações já se estavam a espalhar por dezenas de localidades em que já havia mortos. Este Sexta-feira, Carlos Mazón afirmou não temer os abucheios e argumentou que não acompanhou Feijóo porque não lhe pareceu «adequado abandonar a agenda de recuperação por atividades de partido». «Não vou abandonar a minha prioridade e continuei o meu trabalho», disse. «Não sou suspeito de não dar a cara todos os dias», acrescentou. O presidente da Generalitat convocou os meios de comunicação para anunciar novamente ajudas reveladas a 19 de dezembro nas Cortes Valencianas. Trata-se de um pacote de 250 milhões de euros para quem perdeu o seu veículo na dana, embora não compre outro. As ajudas serão de 250 euros por ciclomotor, 750 euros por moto e 2.000 euros por carro ou veículo declarado sinistrado total. Caso sejam adaptados, ascenderá até 2.500 euros. Mazón gabou-se de que estas ajudas não terão mais requisito que o veículo tenha sido declarado sinistrado total e tenha sido dado de baixa na Direção Geral da Tráfego. Assim quis marcar as diferenças com as subvenções por aquisição de um veículo novo oferecidas pelo Governo Central com o seu Plano Reinicia Auto+, dotado com 465 milhões. Neste programa as quantias variam dependendo do tipo de veículo: para os carros novos a ajuda é de 10.000 euros se forem elétricos e de 5.000 euros para os híbridos, diesel ou gasolina. No caso dos veículos usados, a ajuda é de 4.000 euros se o carro tem etiqueta Zero Emissões e de 2.000 euros para o resto. Carlos Mazón voltou a aproveitar a aparição para atacar as ajudas do Governo de Pedro Sánchez. Assegurou que a Generalitat está «muito à frente» da administração central no pagamento das ajudas aos afetados pela dana, umas prestações que está a «assumirem com dívida própria» e «sem um único euro da administração do Estado». Questionado sobre o nível de coordenação entre o Governo e a Generalitat para atender às necessidades provocadas pela dana, Mazón assegurou que quer que seja «a maior possível» e que quando faz exigências ao Estado não procura «uma batalha política», mas sim atender aos afetados. «Quando exijo que o Governo elimine o IVA dos carros é em benefício dos cidadãos e não por uma batalha política», apontou
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