Àgora Republicana, um novo grupo interno na Esquerra Republicana (ERC), defende a mudança do foco do partido para a república, em vez de apenas independência.
A militancia da Esquerra Republicana (ERC) prepara-se para votar a nova linha estratégica em março. Todos os membros da formação liderada pelo duo Oriol Junqueras e Elisenda Alamany estão a posicionar-se antes do debate das propostas. No passado segunda-feira, a nova direção apresentou três esboços dos textos que serão debatidos e agora abre-se um período de sugestões de alterações.
Este terça-feira, um grupo de afiliados, liderado pelo ex-deputado Joan Tardà, anunciou a intenção de organizar-se, tal como previsto nos estatutos, sob a figura de colectivo interno. Àgora Republicana, como se chamará o fórum, será a voz de propostas disruptivas do antigo líder da ERC no Congresso. Por exemplo, que o partido deixe de se definir apenas como independentista e coloque como objetivo a república. Tardà anunciou o nascimento de Àgora Republicana através de uma mensagem no X. “Queremos trabalhar para que a construção e proclamação da República catalana e do resto das repúblicas dos territórios dos Països Catalãs se torne um objetivo partilhado por uma ampla maioria nacional”. O ex-deputado, que durante a eleição da nova cúpula alinhou-se com Junqueras, reconhece no mensagem que se trata de um “debate complexo” e vê no processo congresual “uma oportunidade para abrir um debate honesto e transparente” sobre o partido e como torná-lo “uma ferramenta útil para a libertação social e nacional do país”.Segundo os estatutos da ERC, a petição formal de criação do grupo tem de ser votada pelo Consell Nacional da formação, seguida de uma proposta da Executiva Nacional. O artigo 104 dos estatutos estabelece que a denominação de “entidades da Esquerra Republicana” é atribuída às associações, clubes ou grupos de estudo formados “exclusivamente por pessoas ligadas” ao partido. Na formação afirmam estar dispostos a falar com Tardà e o resto dos membros de Àgora Republicana uma vez formalizada a petição, mas relembram também que esse reconhecimento não implica nenhum tratamento de favor nem representação nos órgãos colegiados da ERC.
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