Levantamento mostra que atendentes de hospitais do RJ, que deveriam acolher vítimas de estupro, fornecem informações falsas para desestimular mulheres que querem realizar o aborto legal g1
Permitido pela legislação brasileira desde 1940, o aborto em casos de gravidez decorrente de estupro ainda é um tabu. O caso da menina de 11 anos que foi estuprada e teve o direito ao aborto negado pela Justiça de Santa Catarina jogou luz sobre a difícil situação de quem precisa realizar esse procedimento.
O estudo apontou ainda que "dificultar o acesso ao serviço de abortamento é uma estratégia política institucionalizada e articulada e segue vitimizando mulheres e meninas que optam pela realização do aborto". De acordo com a legislação, a mulher que sofreu estupro tem o direito a atendimento gratuito no SUS, que inclui:
No sábado , o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, negou que a portaria tenha influenciado na recusa do hospital. "É importante a gente relembrar que todo equipamento público que tenha capacidade tem a obrigação de prover esse serviço. Isto está previsto desde 2015, pela extinta Secretaria de Políticas para Mulheres", comentou Julia.Só 4 hospitais do RJ aparecem em Mapa do Aborto Legal
Pesquisadoras da ONG ligaram para todos os hospitais disponibilizados pelo Ministério da Saúde, que se autodeclararam aptos a realizar a interrupção da gravidez para os casos previstos em lei. A pesquisadora lembrou que muitas atendentes não conhecem a lei e tentam convencer a vítima de estupro a não abortar.
"A gente precisa ter uma divulgação melhor para a população de modo geral. Mas também que haja um melhor treinamento para as equipes. Quando a gente pensa na capacitação dos profissionais de saúde é obvio que essas pessoas também devem ser multiplicadoras da informação", argumentou Julia.Questionado pelo g1 por e-mail, o Ministério da Saúde não respondeu as perguntas feitas.
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