Uma nova pesquisa sugere que pequenas mudanças no núcleo de ferro líquido da Terra podem ser a causa de os dias terrestres se tornarem mais longos ao longo do tempo.
Quando elaboramos nossos planos, dividimos nosso tempo em ciclos de 24 horas, ou 86.400 segundos. Essa fórmula, utilizada desde a antiga Mesopotâmia há mais de 4.000 anos, tem se mostrado precisa. No entanto, o ritmo do relógio tem sofrido pequenas variações ao longo do tempo. Apesar de nossas formas de medir o tempo se tornarem cada vez mais precisas, o ciclo dia-noite da Terra não é constante.
Vários estudos documentaram uma tendência de longo prazo de os dias se alongarem a uma taxa média de 1,72 milissegundo a cada 100 anos, desde 720 a.C., com uma margem de erro de ± 0,03 segundo. Embora muitas dessas flutuações graduais na duração do dia terrestre sejam conhecidas (como os efeitos das forças de maré entre a Terra e a Lua), os cientistas notaram uma variação minúscula em escalas de décadas a milênios que ainda não conseguiram explicar. Compreender por que a duração do dia está mudando é uma tarefa complexa. Recentemente, uma equipe de geofísicos do Instituto Federal Suíço de Tecnologia (ETH Zurique) parece ter encontrado a resposta para essa pequena diferença, na região central do nosso planeta, ou, precisamente, no núcleo de ferro fundido. Algumas pequenas alterações nessa camada de ferro e níquel em estado líquido podem estar afetando a rotação da Terra. Uma pesquisa publicada na revista Geophysical Research Letters explica que, para entender como a duração do dia mudou ao longo do tempo, os autores analisaram registros históricos de eclipses e ocultações lunares e usaram aprendizado de máquina para identificar padrões complexos e fazer previsões com base nos dados disponíveis. No entanto, essa operação é mais complexa do que parece
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