A pressão sobre as mães para perder a ‘gordura da gravidez’ - BBC News Brasil

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A pressão sobre as mães para perder a ‘gordura da gravidez’

Fim do PodcastEmbora nem sempre seja sintomático, somente o prolapso dos órgãos pélvicos afeta até 90% das mulheres após o parto. Já a incontinência urinária, que também pode ser causada pela rigidez excessiva do assoalho pélvico, cicatrizes dos tecidos ou lesões nervosas, atinge cerca de um terço delas.

A imprensa examina os corpos das celebridades após o parto para saber se elas perderam peso ou não, com pouco ou nenhum conhecimento de outras condições que aquelas pessoas podem estar enfrentando. E pode também prejudicar a saúde física e mental em um dos períodos emocionalmente mais turbulentos e vulneráveis, e com maior privação de sono, da vida de uma pessoa.Tornar-se mãe significa mais do que entrar em uma nova etapa da vida. É uma transformação da vida, da mentalidade e até da identidade de uma pessoa.

Para piorar a situação, tudo isso acontece em uma época em que muitas mulheres estão mais exaustas do que nunca. Elas estão se recuperando fisicamente da gravidez e do parto. E mais de um quarto delas sofre de problemas de saúde mental, como a depressão pós-parto ou estresse pós-traumático após darem à luz.

"Já vi pessoas que começaram a exercitar-se apenas uma semana após o parto e, depois, tiveram problemas com prolapso uterino e da cervical por se exercitarem demais, além de sofrerem maior sangramento", afirma Lincoln, que também é autora do livro Até os ossos se movem: durante a gravidez, a pélvis se inclina e fica, em média, cerca de 2,5 cm mais larga.

"Meu patrão, na época, antes mesmo que eu tivesse o bebê, perguntava: 'você está muito animada para ter o seu corpo de volta?'", ela conta. "E era um pensamento tão bizarro para mim porque eu estava literalmente gerando um ser humano. Meu corpo era mais meu do que nunca. Mas foi quando senti essa pressão pela primeira vez."

E ela, que já dormia pouco com a vida com um recém-nascido, sentiu-se ainda mais exausta e seu bom humor desapareceu. "Espera-se que as mães consigam apagar todas as evidências físicas de terem, algum dia, tido filhos, ao mesmo tempo em que se dedicam totalmente a eles - tentando atender, ao mesmo tempo, às pressões e exigências do que significa ser simultaneamente uma mãe/esposa/profissional perfeita", explica ela.

Alguns especialistas acreditam que, embora tenha se originado nas sociedades ocidentais predominantemente brancas, a cultura da volta ao normal tornou-se global. A fisioterapeuta e coach de fitness pós-parto Surabhi Veitch, de Toronto, no Canadá, afirma que vem observando cada vez mais a pressão para perder peso, que atinge clientes de todas as etnias e nacionalidades.

A ortopedista e fisioterapeuta do assoalho pélvico Margo Kwiatkowski, de Ventura, na Califórnia , destaca o uso popular das cintas modeladoras de compressão para o abdômen, que algumas mulheres usam após o parto. Uma pessoa que descobriu que essas mensagens são prejudiciais é Lucy Kingsford, de Cambridge, no Reino Unido. Quando seu filho nasceu, em janeiro de 2022, Kingsford passou por uma episiotomia - um procedimento em que o períneo é cortado na hora do parto para abrir caminho para o bebê.

Apesar de tudo por que passou, ela também sente a pressão cultural para voltar ao normal - uma realidade que a fez sentir-se derrotada, agora que ela usa roupas que são oito números maiores do que antes da gravidez. "Ninguém deveria sentir que precisa voltar ao normal com tanta rapidez depois de ter um bebê. Eu sei que fui longe demais, rápido demais", afirma ela. "Acho que, se tivesse uma comunidade que me apoiasse mais, ou uma comunidade de fato que me dissesse 'olá, tudo vai ficar bem', acho que teria sido uma mãe melhor, mais cedo."

"Quando fiquei grávida, fiquei animada, pensando 'que venham as mudanças'", ela conta. "Fiquei com estrias na barriga, onde a pele ficou estirada, mas, na verdade, eu gosto delas... gosto da ideia de que o seu corpo é quase que uma tapeçaria feita pela mãe natureza, com todas as pequenas cicatrizes de diferentes histórias da vida, como ter um filho.

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